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Você já ouviu falar na teoria da crítica bíblica? Vejamos os pontos mais importantes...

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A crítica bíblica tem crescido muito nos últimos anos e seria o estudo e investigação das escrituras bíblicas à luz de acontecimentos históricos, lógica, filosofia, sociologia etc. Ela pergunta quando e onde um texto particular se originou. Como, por quais razões, por quem, para quem, e em que circunstâncias ele foi produzido; que influências se expressam em sua produção; que fontes foram usadas em sua composição e a mensagem que o texto deveria passar. Ela também se interessa pela natureza do texto, incluindo o significado das palavras e a forma como são usadas, sua preservação, história e integridade. A crítica bíblica se vale de uma ampla gama de disciplinas acadêmicas, incluindo a arqueologia, antropologia, linguística etc.


A crítica bíblica, definida como o tratamento de textos bíblicos como artefatos naturais, ao invés de artefatos sobrenaturais, emergiu graças ao racionalismo dos séculos 17 e 18. No século 19 ela se dividiu entre a “alta crítica”, isto é, o estudo da composição e história dos textos bíblicos, e a “baixa crítica”, a análise crítica dos textos visando estabelecer sua leitura correta ou original. Esses termos são praticamente deixados de lado atualmente, e a crítica contemporânea assistiu à emergência de novas perspectivas que se baseiam em abordagens literárias e sociológicas na busca do significado dos textos.

Uma divisão ainda existe entre a crítica histórica e a crítica literária. A crítica histórica procura localizar o texto na História: ela pergunta coisas como quando o texto foi escrito, quem poderia ter sido o autor, e que história podemos reconstruir a partir dos questionamentos do texto. A crítica literária pergunta qual era a audiência para a qual o autor escreveu, seus propósitos, e o desenvolvimento do texto pelo tempo. A crítica histórica foi a forma dominante de crítica até o fim do século 20, quando os críticos bíblicos acabaram se interessando mais por questões voltadas ao significado do texto, suas origens e métodos de desenvolvimento, com base na crítica literária tradicional. A distinção entre essas abordagens é, normalmente, entendida como uma diferença entre uma visão diacrônica e uma visão sincrônica dos textos.


A “História crítica” de Richard Simon foi uma das obras responsáveis por derrubar o consenso tradicional de que Moisés fora autor do Pentateuco (história que tem base oral e folclórica, nunca sendo dita na Bíblia de forma categórica), além de abrir caminho para o estudo mais crítico e apurado da Bíblia. O próprio Pentateuco nunca afirma ter sido escrito por Moisés, e mesmo os textos posteriores se referem aos supostos textos mosaicos de forma vaga. A crítica do Velho e do Novo Testamentos se originou no racionalismo dos séculos 17 e 18 e se desenvolveu no contexto da abordagem científica das disciplinas humanas (especialmente da História) que cresceu por volta do século 19. Estudos do Velho e do Novo Testamentos foram, normalmente, independentes uns dos outros, principalmente devido à dificuldade dos estudiosos de concentrar a erudição em línguas e conhecimento cultural necessário referentes aos períodos de todos os textos envolvidos.

Crítica bíblica do Antigo Testamento...
A crítica bíblica moderna começa no século 17 com filósofos e teólogos (Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, Richard Simon e outros) que começaram a se perguntar quais seriam as origens do texto bíblico, especialmente do Pentateuco (os primeiros cinco livros do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Eles questionaram especificamente quem teria escrito esses livros: de acordo com a tradição, o autor teria sido Moisés, mas esses críticos encontraram contradições e inconsistências no texto que, de acordo com eles, tornavam a autoria mosaica improvável. No século 18, Jean Astruc, um médico francês, tentou refutar essas críticas. De acordo com ele, as contradições e inconsistências presentes no texto bíblico eram resultado de adições posteriores ao texto, que teriam se mesclado às escrituras originais de Moisés.

Ironicamente, o método de Astruc foi empregado por estudiosos alemães como Gottfried Eichhorn e Wihelm Martin Leberecht de Wette num movimento que ficou conhecido como “alta crítica”, culminando com o desenvolvimento de teorias explicativas para o Pentateuco como um documento humano multifacetado. Essa escola encontrou seu apogeu com a síntese impactante de Julius Wellhausen na década de 1870, quando pareceu a muitos que a Bíblia havia sido plenamente decifrada como documento humano. As implicações da “alta crítica” não foram bem-vindas por muitos estudiosos religiosos, muito menos pela Igreja Católica. O Papa Leão 13 condenou o estudo secular da Bíblia, mas em 1943 o Papa Pio 12 deu licença aos novos eruditos. De acordo com ele, “A crítica textual [...] é bem empregada no caso dos Livros Sagrados. [...] Deixe o interpretador, então, com todo o cuidado e sem negligenciar nenhuma luz derivada da pesquisa recente, procurar determinar o caráter e as circunstâncias particulares ao escritor sagrado, a época em que ele viveu, as fontes escritas ou orais às quais ele teve recurso e as formas de expressão empregadas”. Hoje o catecismo católico moderno mantém essa posição.


Crítica bíblica do Novo Testamento...
A figura mais importante da crítica ao Novo Testamento foi Hermann Samuel Reimarus, que aplicou a ele a metodologia dos estudos textuais do grego e do latim e se convenceu de que muito pouco do que era dito poderia ser aceito como verdade incontroversa. As conclusões de Reimarus apelaram ao racionalismo dos intelectuais do século 18, e foram profundamente turbulentas para os crentes contemporâneos.

No século 19, trabalhos importantes foram realizados por David Strauss, Ernest Renan, Johannes Weiss, Albert Schweitzer e outros, todos tendo investigado o chamado “Jesus histórico” a partir das narrativas dos Evangelhos. Num campo diferente, o trabalho de H. J. Holtzmann foi significativo: ele estabeleceu uma cronologia para a composição dos vários livros do Novo Testamento que formaram a base para a pesquisa futura no assunto, e estabeleceu a hipótese das duas fontes (a hipótese de que os Evangelhos de Mateus e Lucas são derivados do Evangelho de Marcos e um outro documento hipotético chamado de “Fonte Q”).

Pela primeira metade do século 20, uma nova geração de estudiosos, incluindo Karl Barth e Rudolph Bultmann, na Alemanha, Roy Harrisville e outros na América do Norte, decidiram que a busca do Jesus histórico havia atingido um beco sem saída. Barth e Bultmann aceitaram que pouco poderia ser dito com certeza sobre o Jesus histórico, e concentraram suas atenções na mensagem do Novo Testamento de forma geral. As questões que eles colocaram foram: Qual foi a mensagem principal de Jesus? Como essa mensagem se relaciona ao Judaísmo? Por acaso essa mensagem fala à realidade de hoje?

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, em 1948, revitalizou interesses na possível contribuição que a arqueologia poderia fornecer para ajudar a compreender o Novo Testamento. Joachim Jeremias e C. H. Dodd produziram estudos linguísticos que tentaram sistematicamente identificar camadas nos Evangelhos que pudessem ser atribuídas a Jesus, aos autores, e à Igreja Primitiva; Burton Mack e John Dominic Crossan expuseram o meio social da Judeia do século 1; e os estudiosos de Seminário Jesus procuraram verificar o que poderia ser considerado histórico nos Evangelhos. Hoje as atenções dos críticos estão voltadas particularmente para as raízes “judaicas” do Jesus histórico, e sua formação nas tendências políticas e religiosas do primeiro século na Palestina.


Crítica textual da Bíblia...
A crítica textual (algumas vezes chamada “baixa crítica”) se refere à análise do texto em si para identificar sua proveniência ou traçar sua história. Ela se baseia no fato de que erros inevitavelmente aparecem nos textos conforme gerações de escribas reproduzem outros manuscritos. Por exemplo, Josefo empregou escribas para copiar sua obra “Antiguidades judaicas”. Conforme os escribas copiavam, eles cometiam erros. As cópias dessas cópias também traziam erros. Os erros tendem a formar “famílias” de manuscritos: o escriba produz erros que não estão no manuscrito do escriba B, e com o tempo as “famílias” dos textos descendendo de A e B divergirão ainda mais e mais conforme os erros são introduzidos por escribas tardios, mas serão sempre identificáveis como descendendo um do outro. A crítica textual estuda as diferenças entre essas famílias para formular uma boa ideia de como se parecia o texto original. Quanto mais cópias sobrevivem, mais precisa é a reconstrução da crítica. A crítica textual é uma disciplina rigorosamente objetiva, que utiliza uma série de metodologias especializadas, incluindo ecleticismo, edição e cladística.

Crítica das fontes bíblicas...
A crítica das fontes é busca de fontes originais que estão por trás de um dado texto bíblico. Na crítica bíblica, essa forma de crítica encontra sua mais nítida manifestação na “Hipótese documentária” de Wellhausen que, ao contrário do que dizem alguns autores, está ainda muito viva na interpretação da Bíblia, embora tenha sido reinterpretada à luz das descobertas de Van Setters. A “Hipótese documentária” propõe, a partir de análises rigorosas e sistemáticas, que a Bíblia é um produto da junção de fontes diversas de diferentes épocas e regiões para formar um manuscrito final editado por uma tradição tardia.


Crítica histórica da Bíblia...
O consenso historiográfico hoje é de que a Bíblia é um documento como outro qualquer para a construção da história dos hebreus. Portanto, do ponto de vista historiográfico, a leitura da Bíblia envolve a mobilização de instrumentos de crítica que ajudem a ler o documento de forma objetiva – procedimento igualmente aplicado a qualquer tipo de estudo histórico. Como afirmou Herbert Niehr, como é o caso em todas as análises historiográficas, a história não pode ser simplesmente encontrada nas fontes. As fontes apenas providenciam o material a ser explorado. Para escrever historiografia ou história de uma religião não é suficiente recontar as fontes.

Grande parte do debate entre maximalistas e minimalistas se situa em torno da existência ou não dos reinados de Davi e Salomão, já que toda a história bíblica anterior à monarquia é considerada uma construção póstuma. Para autores como Philip Davies e Thomas Thompson (tidos como minimalistas), o mais provável é que esses reinados sequer tenham existido, já que não existem fontes arqueológicas que corroborem a existência de uma grande unidade política na Palestina desse período. No entanto, William G. Dever, e Amihai Mazar (tidos como maximalistas) defendem a historicidade dos reis e seus reinos, embora em patamares muito mais modestos do que aqueles desenhados pelo relato bíblico.

De toda a forma, as evidências arqueológicas do período são extremamente contrárias à existência de um “grande reino hebraico” nesse período. De acordo com o arqueólogo Amihai Mazar, podemos descrever a monarquia unificada como um Estado num primeiro estágio de desenvolvimento, longe de ser um Estado rico e em larga extensão como retrata o relato bíblico. A ideia da criação dos mitos de Davi e Salomão é explorada detalhadamente por Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman.

Trabalhos sobre a inexistência dum Estado centralizado israelense na época de Davi e Salomão foram realizados por Jessica N. Whisenant, David Ussishkin, Nadav Naaman, Margreet Steiner, Whitelam e Franken, Killebrew, entre outros. Para Philippe Abadie, é necessário ter em mente que a Bíblia expressa a forma como os hebreus releram sua própria história, e explicita que a tarefa do historiador é confrontar documentos independentes buscando uma melhor compreensão dum objeto passado.

Hans Barstad criticou o tom positivista dos debates entre maximalistas e minimalistas, e sugeriu que os estudiosos se voltassem para a análise do gênero literário dos textos antes de tudo. Segundo Herbert Niehr, a Bíblia apresenta apenas evidência secundária (ou até terciária) para tudo o que aconteceu antes do exílio. Fontes primárias para a história da Palestina antiga são fornecidas por todos os tipos de vestígios arqueológicos. Segundo Philippe Abadie, o relato bíblico é frequentemente recebido como documento de história – o que é invalidado por uma análise mais aprofundada.

Muitos autores, como Jean Soler, apontam as raízes ideológicas do relato bíblico como, por exemplo, no famoso relato do cerco de Jerusalém por Senaqueribe na época do reinado de Ezequias. Enquanto as fontes extra-bíblicas apontam para a humilhação do rei judeu perante os invasores (o rei teria feito aliança com Senaqueribe, tendo entregado riquezas e suas próprias filhas para livrar o cerco de Jerusalém) o relato hebreu possui uma natureza diferente. Segundo Soler, de acordo com a Bíblia, esse ato de aliança e o pagamento do tributo se situam depois da perda de vilas fortificadas de Judá, mas antes do cerco de Jerusalém, o que se torna, assim, incompreensível. Por que razões o rei Senaqueribe, que vinha obter de Ezequias tudo o que desejava, teria posto cerco a Jerusalém? Ainda segundo Jean Soler, a arqueologia de Israel chegou à conclusão de que os hebreus não haviam colocado sua língua por escrito pelo menos até o século 9 ou 8 a.C.

Se Javé tivesse escrito de seu punho, em hebreu, os Dez Mandamentos sobre tabuletas de pedra, os hebreus não poderiam ter decifrado essa escrita por muitos séculos. É amplamente aceito hoje que o primeiro pedaço da Bíblia (a versão inicial de Deuteronômio), o quinto livro do Pentateuco atual, data do Rei Josias, que reinou em Jerusalém na segunda metade do século 7 a.C., pouco antes da captura da capital por Nabucodonossor


Crítica redacional da Bíblia...
A respeito da crítica redacional, a Bíblia de Jerusalém salienta que a presença de um problema literário é fato inegável para quem se inclina atentamente sobre os textos. Desde as primeiras páginas do Gênesis encontram-se duplicatas, repetições e discordâncias: dois relatos das origens, que apesar de suas diferenças, contam de maneira dupla a criação do homem e da mulher [1, 1-2,4 e 2, 4-3,24]; duas genealogias de Caim-Cainã [4,17 e 5,12-17]; dois relatos combinados do dilúvio [6-8].

Na história patriarcal, há duas apresentações da aliança com Abraão [Gn 15 e 17]; duas expulsões de Agar [16 e 21]; três relatos da desventura da mulher de um patriarca em país estrangeiro (12, 10-20; 20; 26,1-11); provavelmente duas histórias combinadas de José e de seus irmãos nos últimos capítulos do Gênesis. Em seguida, há dois relatos da vocação de Moisés [Ex 3, 1-4, 17 e 6,2-7,7], dois milagres da água em Meriba [Ex 17, 1-7 e Nm 20, 1-13]; dois textos do Decálogo [Ex 20, 1-17 e Dt 5,6-21]; quatro calendários litúrgicos [Ex 23, 14-19; 34, 18-23; Lv 23; Dt 16,1-16].

Poderiam ser citados vários outros exemplos. As incoerências internas ao texto bíblico são várias vezes apontadas, como em Êxodo 2, 18; os textos não concordam quanto ao nome e à pessoa do sogro de Moisés. Aqui temos Raguel, sacerdote de Madiã; em 3,1; 4,18; 18,1 ele se chama Jetro. Nm 10,29 fala de Hobab, filho de Raguel, o madianita, e Jz 1,16; 4,11, de Hobab, o quenita.


Considerações polêmicas [e que provavelmente você não sabia] sobre o clássico literário “Alice no país das maravilhas”...

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1.Alice no país das maravilhas” é a obra mais conhecida de Charles Dodgson, publicada em 1865 sob o pseudônimo de Lewis Carroll. É uma das obras mais conhecidas daquilo que os estudos literários ingleses chamam de “non-sense”;

2. Para quem não tem ideia, o conto está cheio de referências debochadas aos desafetos de Dodgson à época da publicação, como vizinhos, inimigos políticos, parentes etc.

3. De acordo com os teóricos literários, a obra torna-se um primor por conter “dois livros” em um só texto: um para crianças (repleto de contos de fadas, terras encantadas, feitiçarias) e outro para adultos (repleto de críticas sociais, mensagens subliminares, alusões políticas);

4. Para quem não sabe, “Alice no país das maravilhas” tem uma continuação: “Alice do outro lado do espelho”;


5. Em 1862, durante um passeio de barco pelo Rio Tâmisa, Charles Dodgson, na companhia do seu amigo Robinson Duckworth, conta uma história de improviso para entreter as três irmãs Liddell (Lorina, Edith e Alice). Eram filhas de Henry George Liddell, vice-chanceler da Universidade de Oxford;

6. A maior parte das aventuras foi baseada e influenciada em pessoas, situações e edifícios de Oxford e da Christ Church, por exemplo, o “buraco do Coelho” simboliza as escadas na parte de trás do salão principal na Christ Church;

7. Essa história imprevista deu origem, em novembro de 1864, ao manuscrito de “Alice debaixo da terra”, com a finalidade de oferecer a Alice Liddell a história transcrita para o papel. Mais tarde, influenciado tanto pelos seus amigos como pelo seu mentor George MacDonald (também escritor de literatura infantil), decidiu publicar o livro e mudou a versão original;

8. A obra, quando publicada, foi um sucesso absoluto por conta dos dois contextos explanados anteriormente: o adulto (político) e o infantil (lúdico). Rapidamente a tiragem se esgotou das prateleiras, e entre os fãs de “Alice no país das maravilhas” estão o poeta Oscar Wilde e a Rainha Vitória;

9. Em 1865, devido ao sucesso estrondoso na Grã-Bretanha, a obra foi editada pela primeira vez – sem quaisquer direitos do autor, que nem mesmo sabia do que havia acontecido com sua história no outro lado do Atlântico;

10. Em 1869, a obra é publicada pela primeira vez em idioma que não seja o inglês: em alemão e em francês, também fazendo enorme sucesso pelo contexto temporal da época, tanto para crianças como para os adultos ligados na política britânica do seu enorme império mundial;


11. Para alguns teóricos de literatura comparada, o enredo de “Alice no país das maravilhas” é bem semelhante ao encontrado em “João e Maria”, por conter uma espécie de conto de terror contado para educar as crianças na era vitoriana;

12. Em uma parte do texto, Alice sai desesperada pela floresta e encontra-se com uma lagarta azulada que, calmamente, bebe seu chá de cogumelos e fuma um narguilé. Em vistas do comportamento “politicamente correto” das mídias, seria caso de censura um conto infantil com um personagem desta estirpe;

13. Alguns dos personagens foram retirados de estátuas encontradas nos arredores da igreja que Dodgson frequentava na época que dava os primeiros traços na história em questão;

14. O autor do livro tinha um sério problema de gagueira, e, por isso, criou o personagem Dodô em sua própria homenagem;

15. O Chapeleiro Louco tem esse nome por conta da indústria da época vitoriana, devido ao vapor de mercúrio usado na fabricação de feltro que causa transtornos psicóticos, fazendo parecer que todos os chapeleiros e sapateiros tivessem transtornos mentais;


16. A Rainha de Copas é confundida com a Rainha Vermelha, que aparece na sequência da história, “Alice no outro lado do espelho”, mas não têm nenhuma característica em comum, exceto o caráter de serem ambas rainhas. A Rainha de Copas pertence a um baralho de cartas que está presente no primeiro livro, enquanto a Rainha Vermelha é representada por uma peça de xadrez vermelha, dado que o xadrez é o tema presente do segundo livro;

17. O livro pode ser interpretado de várias maneiras. Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência, com uma entrada súbita e inesperada (a queda na toca do coelho, iniciando a aventura), além das diversas mudanças de tamanho e a confusão que isso causa em Alice, ao ponto de ela dizer que não sabe mais quem é após tantas transformações (o que se identifica com a psicologia adolescente);

18. No capítulo oitavo, três cartas estão a pintar rosas brancas de vermelho, porque acidentalmente plantaram uma roseira de rosas brancas, cor que a Rainha odeia. As rosas vermelhas simbolizam a Casa Inglesa de Lancaster, enquanto as rosas brancas são um símbolo da casa rival York, fazendo deste modo alusão à Guerra das Duas Rosas;

19. O livro inspirou várias adaptações cinematográficas e televisivas. Porém os filmes originais e mais conhecidos mundialmente são “Alice in Wonderland”, de 1951, feito em animação tradicional, e o de 2010 dirigido por Tim Burton com a participação de Johnny Depp como o Chapeleiro Maluco, ambos da Walt Disney;

20. Em 1903 apareceu o primeiro tipo de adaptação de “Alice no país das maravilhas” para o cinema através de um filme mudo – filme este que pode ser encontrado facilmente na internet por ter se tornado um grande clássico “cult”;


21. Dodgson, para quem não sabe, era pedófilo. Uma de suas frases mais polêmicas foi: “Gosto de crianças, exceto meninos”. Um dos seus hobbies era desenhar e fotografar meninas nuas ou seminuas, entre elas Alice Liddell, que deu origem à personagem de seu livro;

22. Por temor que estas imagens desnudas criassem embaraços para as meninas mais tarde, pediu que após a sua morte fossem destruídas ou devolvidas às crianças ou a seus pais. Quatro ou cinco fotos ainda sobrevivem;

23. Outro ponto polêmico da vida do autor era o hobbie de enviar cartas e poemas de amor às crianças que fotografava nuas ou com pouca roupa. Dizem que Alice foi o seu grande amor. O maior detalhe é que as sessões de fotografia eram feitas com total consentimento dos familiares das crianças que ele mantinha certo “relacionamento”;

24. A protagonista do livro realmente existiu, chamando-se Alice Pleasance Liddell (1852-1934), sendo filha de um pastor da igreja onde Dodgson frequentava. Graças às fotografias de conteúdo erótico e às cartas enviadas pelo autor, acredita-se que viveu um romance pedófilo com ele;

25. Em 1880 Alice casou-se com Reginald Hargreaves. Dodgson não estava presente no casamento, mas enviou-lhe, por meio de um amigo, um presente e um pequeno poema de tristeza. Ela teve três filhos, os quais viveram com ela até sua morte em Hampshire.


Fatos, farsas e curiosidades sobre Cleópatra, uma personagem cheia de enigmas e surpresas...

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Na postagem de hoje vamos falar um pouco sobre uma personagem histórica muito interessante e que ainda desperta muito interesse e muita intriga sobre os estudiosos. Cleópatra foi a última governante do Egito Antigo, e junto a Tutankhamon, é um dos faraós mais conhecidos da cultura popular. Diz que tinha uma beleza extravagante e exuberante, mas não é o que indicam os indícios historiográficos. Vamos debater alguns fatos, farsas e curiosidades sobre a mulher mais poderosa que o Antigo Egito teve.


1. Seu nome completo era grego, e não de língua egípcia: “Cleopátra Thea Philopátor”, e provavelmente viveu entre os anos de 69 a.C., nascida em Alexandria, e 30/29 a.C. Seu nome significa “Glória do pai, deusa, amadíssima de seu pai”, um gesto que mostra o grande amor que seu pai, Ptolomeu 12 teve com seu nascimento tamanha homenagem recebida;

2. Foi a última farani (feminino de “faraó”) da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista de Alexandre III da Macedônia;

3. Para quem não sabe, na história do Egito houve outras governantes com o mesmo nome, tanto que, oficialmente, esta deveria ser conhecida como Cleópatra VI (sexta), e nunca governou o Egito sozinha, mas sempre junto do seu pai e de dois irmãos, chegando a se casar com seu irmão, Ptolomeu 14;

4. Com toda certeza, Cleópatra entrou para os anais da história por ser uma mulher muito à frente do seu tempo, por ter recebido uma educação que, geralmente, somente era dada aos homens. Foi uma grande negociante, estrategista militar, falava oito idiomas e estudava filosofia, música, literatura e artes, tanto da Grécia, como de Roma e do Egito;

5. Curiosamente, Cleópatra teve duas irmãs com o mesmo nome, mas com marcações diferentes por conta da ordem de nascimento: Cleópatra 5 e Cleópatra 7. Observou um reinado extremamente desastroso dentro da sua família e, talvez por isso, aprendeu e soube como ninguém governar uma das províncias mais importantes do vastíssimo Império Romano. Há registros historiográficos de que, junto com seus dois irmãos, executou a própria mãe e três irmãs para poder governar o Egito, o que a torna uma das mais sanguinárias governantes da história da política feminina;


6. O reinado de Cleópatra também foi conturbado, principalmente por conta de homens da corte que também queriam ter influência junto à monarca para exercerem poder dentro da província do Egito, em áreas onde suas respectivas famílias tinham grandes posses;

7. Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter relações amigáveis com ela. Em 49 a.C. Cleópatra fornece ao filho do triunviro Pompeu, Pompeu Jovem, sessenta barcos para se juntarem à frota que lutava contra Júlio César. Perante o comportamento da rainha, os conselheiros insinuaram que Cleópatra pretendia governar sozinha e colocaram o povo de Alexandria contra Cleópatra, que foi obrigada a fugir para o sul do Egito e depois para a Síria;

8. Após a derrota procura refúgio em Alexandria, tendo Ptolomeu 13 declarado que aceitava recebê-lo. Contudo, o verdadeiro plano do rei consistiu em ordenar a morte de Pompeu, julgando que desta forma agradaria a César. O assassino de Pompeu, um romano ao serviço de Ptolomeu 13, corta-lhe a cabeça, que o rei apresentou a César. No entanto, esta atitude foi um erro, dado que César ficou horrorizado com o ato bárbaro;

9. Afastada do palácio real, Cleópatra deseja encontrar-se com César em Alexandria. É então que se desenrola o famoso episódio do tapete, relatado pelas fontes antigas. Conta Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao Egito, no inverno de 48 a.C. a fim de lhe dar um presente, que consistia num tapete. Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu servo Apolodoro). Cleópatra teria então argumentado que tinha ficado encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de conhecê-lo. Tornou-se, assim, sua amante, o que ajudou a estabelecer o seu poder no país;

10. Quando houve esse episódio, os irmãos de Cleópatra fizeram uma tremenda trama palaciana, digna de filmes: houve mortes misteriosas, assassinatos sangrentos, o exército do Egito recusou-se a aceitar Cleópatra como sua soberana em favor da sua irmã mais nova. Com isso, em 47 a.C., o exército egípcio foi derrotado por César;


11. Em 47 a.C. Cleópatra deu à luz Ptolomeu 15, conhecido como Cesarion, ou “Pequeno César”. Embora César tenha reconhecido a paternidade da criança, a historiografia moderna coloca em causa esta paternidade. César recusou-se contudo a torná-lo seu herdeiro, honra que coube a Otaviano;

12. Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho e marido-irmão, fixando residência nos jardins do Janículo, mesmo próxima da então esposa de César (a terceira). Teria sido em Roma que Cleópatra elaborou o seu plano de hegemonia do Mediterrâneo. Sabe-se pouco da presença de Cleópatra em Roma, a não ser que a sua presença teria gerado desprezo na população;

13. Em sua honra César ordenou que fosse colocada uma estátua de ouro de Cleópatra no templo da deusa Vênus Genetrix. Pouco depois do assassinato de César, Cleópatra voltou para o Egito. Segundo consta, Cleópatra assassinou seu irmão-marido e passou a reinar sozinha. Seu filho passou a ser seu co-regente;

14. Em 42 a.C., Marco Antônio, um dos triunviros que governava Roma após o vazio governativo causado pela morte de César, convocou-a a encontrá-lo em Tarso para ela responder a ele sobre a ajuda que prestara a Cássio, um dos assassinos de César e, portanto, inimigo dos triúnviros. Cleópatra chegou com grande pompa e circunstância, o que encantou Marco Antônio. Passaram juntos o inverno de 42 a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez com gêmeos que tomariam o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Hélio;

15. Quatro anos depois, Marco Antônio voltou ao Egito e especula-se que tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio, ainda que nessa altura estivesse casado com Otávia. Então, Cleópatra deu à luz outro filho, Ptolomeu Filadelfo;


16. Depois das chamadas “doações de Alexandria”, em 34 a.C., a família de Cleópatra saiu repleta de poder: Cleópatra e Cesarion foram coroados regentes do Egito e do Chipre, outro filho foi coroado governante da Armênia, outra filha virou princesa da Líbia e o filho mais novo ganhou o título de governante da Fenícia e Síria;

17. O senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C.. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Áccio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente da espécie Naja egípcia, em Alexandria no ano 30 a.C., e o Egito tornou-se inteiramente uma província romana;

18. A imprensa internacional noticiou, em maio de 2008, ter sido encontrada a cabeça de uma estátua em alabastro de Cleópatra, perto de Alexandria, no litoral mediterrâneo do Egito. A descoberta deu-se no templo de Taposiris Magna. Em abril de 2009, o arqueólogo egípcio Zahi Hawass afirmou ter descoberto a sepultura de Cleópatra no templo de Taposiris Magna;

19. Apesar de a cultura pop colocar Cleópatra como grande sinal de beleza, as estátuas e imagens mostram-na como uma mulher de baixa estatura, nariz grande e cabelo maltratado. Mesmo assim, sua história serviu de inspiração para escritores, pintores e cineastas – sendo que a versão da MGM, estrelada por Elizabeth Taylor, a mais clássica de todas;

20. De acordo com a historiografia atual, segundo os comentários de especializados egiptólogos, Cleópatra tinha o perfil de ser uma rainha extremamente ciumenta e egoísta, com um ego imenso e extremamente inteligente e caprichosa.


Você sabe quais são as classes sociais e como elas são divididas?

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Nos últimos anos temos ouvido notícias de que a classe média aumentou no Brasil, que a classe alta nos Estados Unidos sofreu um duro golpe durante a crise imobiliária, que a classe baixa aumentou assustadoramente em alguns países da Europa. Entretanto, você tem ideia de como são fundamentadas as teorias para definir se alguém é da classe média ou da classe alta, por exemplo? Na realidade, cada país tem sua metodologia e hoje vamos entender um pouco sobre isso.


Dependendo da fonte de estudos, no Brasil, as classes sociais são aquelas que se fundamentam necessariamente nos valores do salário mínimo. Assim sendo teríamos:

Classe miserável – Renda de até um salário mínimo por família
Classe baixa – Renda de um até dois salários mínimos por família
Classe média baixa – Renda de três até cinco salários mínimos por família
Classe média – Renda de seis até dez salários mínimos por família
Classe média alta – Renda de onze até 19 salários mínimos por família
Classe alta – Renda de mais de 20 salários mínimos por família


Outra classificação utilizada no país é aquela que explica o fenômeno dos “emergentes” ou chamados “novos ricos” do Brasil:

Classe A1: inclui as famílias com renda mensal maior que R$ 14.400
Classe A2: maior que R$ 8.100
Classe B: maior que R$ 4.600
Classe C: maior que R$ 2.300
Classe D: maior que R$ 1.400
Classe E: maior que R$ 950
Classe F: maior que R$ 400
Classe H: Bolsa Família Média de 2013 = R$ 97,00



Muitos teóricos de sociologia e economia afirmam que dentro do sistema capitalista temos, na realidade, somente três classes sociais: a classe alta, a classe média e a classe baixa. A decomposição destas classes seria sem necessidade, mas somente para facilitar estudos econômicos e sociais. Atualmente o país vive o que chamamos de um fenômeno muito grande, parecido com o ocorrido nas décadas de 1950 e 1960: o aumento da classe média, graças ao boom econônico, que facilitou a entrada das mais baixas classes a poderes de consumo.

A distribuição de classes no Brasil é distorcida pela desigualdade social. Os 10 % mais ricos da população nacional, ou seja, toda a classe alta brasileira, chegava, em 1980, a controlar 51% de toda a renda disponível no país. Se somarmos a esse contingente a parte mais rica da classe média brasileira, ou seja, outros 10 % da população nacional, notaremos que essa parcela de apenas 20% controlaria quase 67% de toda a renda nacional.


As classes sociais nos Estados Unidos...
A estrutura social dos Estados Unidos é um conceito vagamente definido que faz uso de termos e percepções comumente usados no país. Entre eles estaria a renda anual do lar, o nível de educação e a ocupação daqueles que estão em idade economicamente ativa. Na estrutura de estudos econômicos, nos Estados Unidos, temos as seguintes classes sociais:

Upper class, a classe alta: aqueles com enorme influência, riqueza e prestígio. Membros desse grupo têm uma tremenda influência sobre as principais instituições do país. Essa classe compõe cerca de 1% da população total do país e retêm em torno de um terço de todas as riquezas. Têm renda igual ou superior a US$ 200.000 anuais (R$30.000 por mês);
Upper-middle class, a classe média alta: consiste dos chamados “profissionais do colarinho-branco” com alta qualificação (certificados, diplomas, cursos, doutorados, pós-doutorados, etc.) e uma renda alta. Os trabalhadores dessa classe normalmente gozam de grande liberdade e autonomia no ambiente de trabalho, fato que resulta em uma alta taxa de satisfação em relação aos seus empregos. Considerando sua renda média, aqueles que compõem essa classe são cerca de 15% da população americana. Sua renda varia de US$ 62.500 a US$ 150.000 anuais (R$9.300 a R$22.000 por mês);
Middle class, a classe média: são profissionais de qualificação intermediária, podendo ou não possuir educação superior. A transferência de empregos para países em desenvolvimento aparece como sendo o principal problema desse estrato social, afetando a sensação de segurança no emprego. Famílias típicas dessa classe possuem, em média, renda dupla combinada (dois indivíduos trabalham) e portanto têm uma renda equivalente àqueles profissionais da classe média-alta (como os advogados). No geral, possuem uma renda que pode variar de US$ 32.000 até US$ 62.500 anuais (R$ 4.800 a R$ 9.300 por mês);
Working class, a classe dos trabalhadores: de acordo com alguns estudiosos, essa classe pode chegar a representar a maioria da população americana e pode também ser chamada de classe média baixa (lower-middle class). Ela inclui os chamados “profissionais de colarinho-azul”, assim como alguns “colarinhos-brancos” que ganham salários relativamente baixos, além de não possuírem diplomas de ensino superior. Perfazem cerca de 45% da população americana que não frequentou o ensino superior. Possuem renda que pode variar de US$ 15.000 até US$ 32.000 anuais (R$ 2.250 a R$ 4.800 por mês);
Lower class, a classe baixa: essa classe inclui os pobres e os membros sem instrução e marginalizados da sociedade americana. Embora grande parte desses indivíduos possua emprego, é comum que fiquem no limiar da pobreza. Muitos só possuem o diploma de conclusão do colegial. Possuem renda inferior a US$ 15.000 anuais (R$ 2.250 por mês).


Você conhece a “hipótese de Duesberg” para a contaminação da Aids? Fato ou farsa?!

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A hipótese de Duesberg afirma que o abuso de drogas recreativas e farmacêuticas, e não o HIV, é a causa primária da Aids. Segundo esta hipótese, a Aids não é mais que o nome dado a várias doenças sem relação umas com as outras e que podem ter como origem o abuso de drogas recreativas como a heroína e a cocaína, a malnutrição, ou o uso de drogas finalizadoras da cadeia de DNA, como o AZT – o mesmo que é utilizado para tratar a infecção pelo HIV. O HIV é, assim, visto como apenas um vírus passageiro, o que faz levantar a questão se a infecção pelo HIV acontece de fato ou não.


Os mais destacados defensores desta teoria são o virologista Peter Duesberg (foto abaixo) e o bioquímico David Rasnick. Em apoio a esta hipótese, Duesberg aponta a correlação estatística entre o decréscimo no uso de drogas recreativas e a diminuição nos casos notificados de Aids. Da mesma forma, o rápido aumento da Aids na década de 80 corresponde a uma epidemia de uso de drogas recreativas nos Estados Unidos e Europa. Além disso, Duesberg assevera que o tratamento da Aids com drogas como AZT demonstrou ser mais fatal que o uso de drogas recreativas, tais como heroína e cocaína. O AZT também é problemático por induzir aborto, causar defeitos congênitos e causar câncer em animais nascidos de mães tratadas com AZT. Devido a problemas com o tratamento por AZT, muitos pacientes de Aids passaram a ser tratados com um coquetel de drogas inibidoras de protease e inibidoras de transcriptase. No entanto, estes coquetéis de drogas falham em 53% dos casos relatados.

Duesberg explica a predominância da Aids entre homossexuais nos países do Ocidente pelo fato do uso de drogas recreativas ser predominante entre os homens homossexuais nestes países. Como foi relatado na literatura médica, homens homossexuais nestes países usam grande número de estimulantes sexuais, incluindo “poppers” (inalantes com nitrato), anfetaminas, cloro-etil, cocaína e heroína. Sabe-se que várias destas drogas inibem o funcionamento do sistema imunológico do organismo.


Duesberg aponta também para o fato de que um número significativo de vítimas da Aids morre sem qualquer traço de infecção pelo HIV, e que casos relatados na África, onde não se faz qualquer teste para HIV, não se limitam aos grupos de risco tais como viciados em drogas e homens homossexuais. Segundo ele, esses casos de Aids são explicados mais facilmente por subnutrição, infecção parasitária e condições precárias de saneamento.

O desafio mais radical de Duesberg à hipótese HIV-Aids é sua proposta de se autoinfectar com o HIV. No entanto, Duesberg não pode fazer isso sem a aprovação do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e da universidade onde ele trabalha. Além do mais, já existe quase um milhão de pessoas HIV-positivas nos Estados Unidos sem qualquer sintoma de Aids, bem como outros 34 milhões de pessoas saudáveis no mundo que são HIV-positivas.


Discussões sobre tal hipótese...
O consenso da maior parte da comunidade científica é de que a hipótese de Duesberg deve ser refutada pelas evidências que teriam demonstrado que os postulados de Koch foram cumpridos para o isolamento do HIV e que o número de vírus no sangue tem correlação com a progressão da doença, e que um mecanismo plausível para a ação de HIV foi proposto. As opiniões ainda divergem. Duesberg afirma que o vírus (retrovírus) HIV não foi isolado nem de tecidos frescos ou cultura, o que significa que a sua existência não foi provada até ao dia de hoje. Duesberg, que pela primeira vez mapeou a estrutura genética dos retrovírus (façanha que lhe garantiu premiações científicas), afirma que não foram cumpridos os postulados de Koch e que os testes para HIV não determinam nada, uma vez que apresentam os reagentes imunológicos e não o próprio vírus.

Uma edição da revista científica “Science” que avaliou o método de Duesberg afirmou que existem abundantes evidências de que o HIV causa doença e morte em hemofílicos; a epidemia de Aids na Tailândia, citada por Duesberg como prova de sua hipótese, é uma evidência que tende a confirmar o papel do HIV na Aids; o AZT não causa deficiência imunológica semelhante à encontrada na Aids.

Entretanto, sabe-se que mais de 80% das pesquisas sobre a Aids são financiadas pelos próprios laboratórios da indústria farmacêutica que fabrica a medicação anti-HIV. Sabe-se também que o AZT é tóxico e que, entre outras coisas, tem diversas contraindicações. Renomados cientistas concordam com Duesberg sobre a não-relação HIV-Aids e sobre os efeitos nocivos dos coquetéis AZT.


Pontos contra a hipótese articulada por Duesberg...
- Os antirretrovirais tem comprovada eficácia em reverter os efeitos da infecção pelo HIV. Reduzindo a carga viral e permitindo a regressão a valores aceitáveis dos linfócitos T CD4.

- Todo indivíduo com Aids apresenta em seu organismo o HIV. Porém, os métodos utilizados para diagnósticos são métodos sorológicos, ou seja, baseados na presença de anticorpos no organismo, e não do vírus. Essa escolha se deve ao fato dos métodos sorológicos serem mais acessíveis em termos de custo. Porém, é possível a existência de anticorpos com afinidade pelas proteínas do HIV em pacientes não infectados como pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, gestantes e em reação a certas vacinas como a H1N1.

- O HIV causa uma imunodeficiência. Mas, nem todo imunodeficiente apresenta HIV. Por exemplo, pacientes com tumores como linfomas podem ser imunodeficientes, e, desse modo, podem apresentar doenças oportunistas, inclusive Sarcoma de Kaposi.

- Os sintomas causados pelo HIV estão relacionados à imunodeficiência, ou seja, infecções e neoplasias oportunistas. Porém, pelo sistema imunológico ser dinâmico, a infecção pode se manter silenciosa por muito tempo.

- O vírus HIV não é o único a causar doença depois de um longo período de tempo. O HTLV (vírus linfotrópico humano), um vírus “irmão” do HIV, pode causar leucemia após vários anos de infecção em 1% dos infectados. O HPV causa mutações a nível nuclear podendo levar a carcinomas de colo uterino, pênis, vulva ou canal anal que veem a surgir de 10 a 20 anos após a infecção. O vírus da Hepatite B e Hepatite C podem levar a cirrose, sintomas de insuficiência hepática e hepatocarcinoma em um período superior a 10 anos.

- Duersberg cita que a etiologia da infecção são as drogas antirretrovirais e recreacionais. Isso não justifica o surgimento da doença em indivíduos que jamais fizeram usos de drogas e nos indivíduos ainda sem tratamento. O mesmo é válido para tentar criar um nexo causal com desnutrição e doenças parasitárias.

- Há muito tempo o HIV deixou de ser uma doença exclusiva de grupos de risco. Hoje, a infecção sobre com a feminilização (mais mulheres infectadas), interiorização (a doença sai dos grandes centros), maior incidência em homossexuais jovens, o surgimento da infecção na terceira idade (pela má adesão ao uso de preservativo nessa faixa etária) e heterossexualização (os heterossexuais passam a ser a maior porcentagem de infectados).

- A combinação de inibidores específicos das enzimas virais permitiu a melhora das condições clínicas dos pacientes. Mutações no genoma do HIV induzem a resistência a esses inibidores e levam a recaídas e agravamento do estado clínico dos referidos pacientes.

- O decréscimo dos casos de AIDS observados desde a década de 80 e mais acentuadamente após a década de 90 está claramente relacionado com a introdução dos antirretrovirais, em especial, da terapia tríplice altamente efetiva (chamada em inglês de HAART).

- A transmissão por HIV através de transfusões de sangue praticamente desapareceu em países onde a detecção de anticorpos anti-HIV foram implementados.

- Peter Duesberg não é médico. E os argumentos por ele utilizados são muito mais teóricos do que práticos. Sem dúvida, muitas experiências pessoais de médicos poderiam ser citadas como comprovações de causalidade e efeito terapêutico dos antirretrovirais (vide exemplo do Dr. Benjamin Young).


Você já ouviu falar no “efeito/fenômeno CSI”? São os maios mitos sobre laboratórios criminais nos seriados de TV...

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Há uma verdadeira enxurrada de seriados norte-americanos baseados em crimes quase insuspeitos e indecifráveis, mas há uma enorme gama de proezas dos peritos criminais na solução de tantas charadas. Nos Estados Unidos já se chama isso de “efeito CSI” ou “fenômeno CSI”, até porque muitos jovens iludidos decidiram ingressar na carreira da perícia criminal.


Entretanto, como sabemos, os shows de televisão apelam para o exagero, sensacionalismo e desinformação, que no caso de “CSI” e seriados parecidos, é a falta de informação dos roteiristas e produtores em relação às verdadeiras práticas destes profissionais. Mesmo nos Estados Unidos há uma série de crimes sem solução quase caducando e sendo arquivados; em muitos condados os chefes de polícia não têm sequer necrotérios, apelando para as cidades vizinhas; nas cidades menores a polícia mal tem condições para trabalhar bem, sequer fazer perícias com o que os shows mostram ser tecnologia de ponta – que sequer existem de verdade!

O nome “efeito CSI” começou a ganhar forma quando os juízes criminais, acreditando naquilo que assistiam nos seus televisores, começaram a pedir o que os criminalistas chamavam de “provas impossíveis”: testes de DNA de pelo de cachorro, resultados de exames de DNA em até 72 horas, armas que não existem, peritos especializados em medicina, biologia e física etc. Recentemente, visando esclarecer a opinião pública, Tim Kupferschmid, diretor executivo da Sorenson Forensics, com 20 anos de experiência no uso do DNA em provas periciais, divulgou, através de release, os dez maiores mitos sobre laboratórios criminais em seriados televisivos.


Os exageros começam no olhar clínico dos astros destes shows, que somente ao olhar o cadáver já interpretam como morreu, como foi assassinado, o tipo de arma usado, a posição do criminoso no fato etc. Isso não existe e depende de uma série de exames de balística. Mas vamos aos mitos? Voilà!

1. A ideia de que laboratórios criminais podem reunir, preparar, testar e obter resultado de DNA e de outros testes forenses em 72 horas está totalmente errado! De acordo com Tim, “existe uma imensa fila de testes de DNA nos Estados Unidos com atrasos que vão de algumas semanas a anos”. A tecnologia que você vê na TV não existe no mundo real dos criminalistas, explica o especialista;

2. Um suspeito irá sentar-se em uma sala de interrogatório, usando as mesmas roupas que usou durante o crime – e resultados conclusivos chegam às mãos do interrogador no exato momento em que você começa a interrogá-lo. Não! Investigadores da cena do crime (CSI’s) irão esperar meses ou mesmo anos pelos resultados de DNA, garante Kupferschmid. Geralmente, em média, os investigadores demoram 72 horas para prenderem um suspeito – com isso, se ele não fugiu, já trocou de roupa várias vezes;

3. Os seriados no estilo CSI seguem casos do início ao fim e concluem as investigações magicamente em alguns dias. De acordo com Tim, tudo sonho. Alguns casos ficam arquivados por anos, e existem muitos outros casos sendo acompanhados simultaneamente. Segundo o especialista, os seriados fazem parecer que os investigadores têm uma dedicação exclusiva àquele crime do episódio, o que não acontece; muitos investigadores são sobrecarregados, investigando até 15 casos ao mesmo tempo;

4. Nos seriados, os personagens estão diretamente envolvidos com a investigação in-loco do crime, as blitzes, as detenções, os exames laboratoriais. Pura ilusão! A cena do crime é processada por agentes da lei e agentes estilo CSI dificilmente veem um suspeito ou mesmo o interrogam, ficando somente presos aos laboratórios de criminalística e balística;

5. Os agentes dos seriados conseguem obter DNA de qualquer superfície, desde que tenha algum material orgânico. De acordo com Kupferschmidt, podemos obter uma amostra de DNA de um indivíduo se ele roubou um carro e o dirigiu por horas a fio, mas não se ele simplesmente esfregou um objeto nas suas mãos. Nesse caso, teremos somente impressões digitais;

6. Geralmente as análises de DNA oferecem dois resultados: sim, a pessoa cometeu o crime, ou não, ele é inocente. Bem, isso só ocorre na televisão. Este DNA pode ser deixado na cena do crime muito tempo antes ou depois do mesmo, principalmente em se tratando de crimes domésticos, como os passionais. É necessário um bom investigador à moda antiga para determinar a culpa de um suspeito, que vai muito além de um simples resultado positivo ou negativo de DNA;

7. Os agentes dos seriados não somente obtêm o DNA com extrema facilidade e rapidez, mas ainda dizem se ele é proveniente de lágrima, saliva, sêmen, suor ou até mesmo restos de cadáveres queimados. De acordo com o especialista, isso não acontece – a não ser que o agente saiba que fora retirado DNA destes restos deixados pelo corpo, mas a cremação destrói completamente todos os elementos biológicos, inclusive o DNA;

8. Existiria uma base de dados de DNA e registros odontológicos e médicos de todos os cidadãos dos Estados Unidos. Mentira! De acordo com o estudioso, existem apenas pouco mais de dez milhões de perfis de DNA nas bases de dados dos Estados Unidos, que é um país com mais de 300 milhões de habitantes. E ainda mais: a fila de espera para coletar esses dados é imensa;

9. Quando se obtém uma coincidência nos perfis de DNA, os monitores dos computadores do laboratório apresentam letras piscantes em vermelho, declarando “uma coincidência de 99%” e mostrando uma foto da carteira de motorista. Nada disso! Segundo Tim, não há fotos nem informes sobre coincidências, apenas um código numérico que você deve anotar e buscar em outra base para saber quem é quem;

10. Os investigadores de séries do estilo CSI realizam análises de DNA beliscando uns snacks ou contando piadas para um colega. De acordo com Tim, não se come ou bebe enquanto testes são realizados, e é difícil bater um papo usando uma máscara cirúrgica e fazendo análises tão complexas.


O que mais impressiona, após vermos esses mitos, é que juízes – pessoas gabaritadas e extremamente estudadas – se impressionam com tecnologia mostrada em seriados de TV, que sequer existem, e ainda impõem curtos espaços de tempo para a investigação, exigindo que os detetives tenham tais habilidades impossíveis.

Da próxima vez que assistir ao novo episódio de CSI, olho vivo e faro fino e seja mais crítico, pois nem todo o trabalho da polícia norte-americana é esse primor tecnológico!

O Judaísmo é uma religião com passado obscuro? Fato ou farsa?

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Por muitos milênios as religiões dos povos faziam uso da magia para entender o presente e prever o futuro, evitando possíveis imprevistos e surpresas, às vezes para burlar a morte. Entretanto, a magia já é condenada no Antigo Testamento como uma intervenção proibida diante da onipotência de Deus. Mas as Sagradas Escrituras dos judeus são uma mina de ouro de práticas mágicas. Nelas sobreviveram resquícios da antiga magia egípcia e babilônica, que os judeus absorveram durante seus cativeiros no Egito e na Babilônia. Desfaz também a piedosa noca de que os judeus teriam sido o primeiro povo monoteísta, cultuando uma só divindade, um Deus espiritual, que não reside em imagens, que é tanto invisível quanto onipotente e onipresente, que domina todo o mundo material.


Conforme prova o estudioso Riwkah Schärf em sua tese “A figura de Satanás no Antigo Testamento”, o Deus judeu Javé (ou Jeová) tinha, originalmente, um irmão gêmeo, Malek-Javé, que representava a noite e tudo o que representa de ruim e sombrio. Está aí o maniqueísmo dia-noite, Sol-Lua, bom-mau etc. Noção esta que se reporta aos antigos deuses gêmeos babilônicos. No livro de Jó, Malek-Javé passa a ser um suposto “filho” de Deus. Agora é Lúcifer que, ainda como príncipe dos anjos, faz uma aposta de igual para igual com seu pai por causa da inveja. Em textos posteriores, ele toma o nome de Satã, mas ainda é mensageiro de Deus. É mágico-mor. Só no Novo Testamento Lúcifer se torna rei do inferno, opositor de Deus, o poder do mal; com isso também a magia passou a ser uma arte infernal.

De acordo com muitos teólogos, o Antigo Testamento não conhece o inferno como nós o imaginamos; apenas um céu, o reino de Javé e dos anjos imortais. Seu inferno é o deserto, noção muito compreensível num povo nômade e pastor. O senhor do deserto é conhecido como Azazel, antigo demônio do folclore árabe dos desertos, da era pré-mosaica. Ele simboliza a aridez e o vazio, a ausência de vida. A esta entidade os israelitas consagravam, por ocasião da farta colheita, um bode; sobre estes eram depositados, junto com fórmulas mágicas de esconjuração, todos os erros e pecados do povo, enfim, tudo de mal que ocorrera naquela tribo. A seguir, o animal era enxotado para o deserto. Para a psicologia, este conceito mágico de bode expiatório se tornou uma característica recorrente do inconsciente humano: a tendência de atribuir sempre a terceiros todos os nossos erros, atitudes errôneas ou insucessos, em vez de procurar as causas no próprio íntimo.


Peculiarmente, em passagem alguma do Antigo Testamento se encontra a descrição exata do Além. A rigor, só há distinção entre viver e não viver. O Antigo Testamento não conhece igualmente ritos de iniciação no mistério da morte, seja como porta para o renascimento – sob qualquer forma –, seja como transição para o prosseguimento da vida após a morte, sob forma espiritual. O que os profetas anunciam como redenção é a Terra Prometida, onde corre leite e mel. A morada de Deus é o Monte Sinai, como o Monte Olimpo é a morada dos deuses gregos. Céu e inferno, os paramos do Além, são imaginados, por assim dizer, só para a vida terrestre. É possível que este conceito materialista de vida tenha explicação na sina dos judeus: sem condições de se defender dos povos vizinhos, com um Estado fraco, sofreram diversos períodos de escravidão e invasões.

No entanto, apesar da proibição divina, também praticavam a necromancia, e evocação dos mortos para predição do futuro. O Rei Saul, por exemplo, certa vez procurou, na calada da noite, a bruxa de Endor, conforme se pode ler no livro 1º de Samuel, capítulo 28, versículos 7 a 25. Exigiu dela a convocação do espírito de Samuel, para que ele lhe revelasse o desfecho de uma grande batalha. O espírito compareceu e anunciou a morte do rei. A Bíblia não diz se isto se deu em consequência do resultado da batalha, desfavorável para Saul, ou como castigo pelo ato proibido de consultar a tal bruxa. Predizer e profetizar, como magia aplicada, era hábito generalizado entre os judeus, conforme mostram os livros dos profetas; mas só o sumo-sacerdote podia consultar oráculos, e isto unicamente no recinto do Templo. O Antigo Testamento proibia, sob pena de morte, procurar conselhos junto a bruxas e feiticeiros.

É importante também pontuarmos que por muito tempo a cultura judaica tenha sido politeísta, e os nomes que atribuem a Deus, como sinônimos para Javé, eram nomes de deuses do deserto, das águas, dos mares etc. Assim, temos El-Shadai, El-Shalom, El-Aharim, El-Shadok etc. São importantes estruturas que hoje ficam escondidas sob o discurso de relativismo teológico.

Ainda sobre a magia, também o Rei Davi, sucessor de Saul, consultou oráculos, desafiando a Lei Mosaica. Quando viu as colheitas ameaçadas pela seca, mandou até exumar os corpos dos seus antepassados, para pendurar os esqueletos como feitiço de chuva no “monte diante do Senhor”, ou seja, no Monte Sinai. O sábio Rei Salomão tomou por esposa uma princesa egípcia, e em seu harém viviam mulheres das mais variadas procedências. Era tolerante, e permitia que elas consultassem os deuses de origem. Consta que ele conhecia os mais recônditos segredos da magia e da demonologia do Egito. Seu sinete mágico desempenhou posteriormente papel significativo no Talmude e na Cabala judaica.


Após a sua morte, o reino decaiu. Ao norte de Israel venerava-se Deus sob a forma de um touro. É o chamado bezerro de ouro citado na Bíblia, e que integra o culto ao deus Baal. Ao sul, reavivaram-se conceitos religiosos da época do xamanismo. Veneravam-se árvores, fonte, a Lua, o Sol, como remanescentes dos tempos no Egito. A posição de divindade suprema é ocupada pela maternal deusa da fertilidade Ishtar, também a deusa suprema da Babilônia.

Só com a queda do Império Assírio, aproximadamente em meados de 1000 a.C., o Rei Josias desencadeia a grande derrubada de todos os “deuses estranhos”. Foi nessa época que o Antigo Testamento tomou a forma como o conhecemos hoje na Bíblia e no Pentateuco. Corresponde igualmente ao período em que na Antiga Grécia se processava a filosofia e o início da transição do pensamento mágico para o pensamento lógico.

Como podemos perceber, religião é questão de fé. Mas também pode ser questão de antropologia e historiografia, evidenciando que a teologia pode ser uma ciência humana ou social, pois a sociedade é formada por seres humanos, mutantes conforme o tempo. A religião é formada pela sociedade, e por isso também está passível de sofrer mudanças de regras, o que faz o assunto ficar cada vez mais animador e interessante.

Mitos, curiosidades, fatos e farsas (32)

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Ao longo da história as sociedades passaram inúmeros mitos e curiosidades que foram – e ainda são – encarados como fatos. No entanto, não passam de folclores que escondem farsas incríveis e bastante inventivas. Vamos, então, descobrir um pouco delas? Voilà!

Como os europeus reagiram ao aparecimento da sífilis?
As pestes e epidemias de todos os tipos eram vistas pelo povo como castigo dos deuses sobre um mundo corrompido e corrupto, como punição à imoralidade dos homens. A doença venérea sífilis foi identificada pela primeira vez em 1495 entre soldados franceses, nos quartéis em Nápoles, na Itália, espalhando-se rapidamente por toda a Europa. Ficou assim, na época, conhecida como “doença francesa”. As condições existentes na Europa na época propiciaram muito o avanço da sífilis, pois o número de bordéis e prostitutas era gigantesco; como não havia cura e matava em pouco tempo, seria a “Aids da época”. Os escoceses foram os primeiros a perceber que a doença se espalhava por contato sexual. Para proteger seus cidadãos da “doença francesa”, o Conselho de Aberdeen declarou que todas as prostitutas deixassem de “trabalhar”, sob pena de serem marcadas com ferro em brasa. Pouco adiantou, e a sífilis foi o mal do sexo até o século 19.


Tomar café forte ou banho gelado combatem a ressaca após a bebedeira?
Não. Isso é lenda. Somente o fígado tem a capacidade de processar o álcool ingerido, e mesmo assim num ritmo constante, que não pode ser acelerado. Um banho gelado ou um café forte só deixam a pessoa com ressaca molhada e mais desperta.

Por que o pé de coelho é sinal de boa sorte?
O pé de coelho é considerado um talismã desde 600 a.C. Uma soma de várias características fizeram do coelho um animal capaz de afastar desgraças, tais como: os coelhos já nascem de olhos abertos, sugerindo uma sabedoria enorme; passa grande parte da sua vida debaixo da terra, o que sugere uma conexão com o lado mais misterioso e profundo; é prolífero, sugerindo riqueza e prosperidade. Ninguém sabe ao certo por que o pé foi escolhido como símbolo da sorte, talvez por alguma associação fálica ou de fertilidade.


E se a Terra parasse de fazer o movimento de rotação?
Em primeiro lugar, se a Terra parasse de girar em torno do seu eixo (movimento de rotação, o que gera a sucessão dos dias), haveria uma destruição total de tudo por conta do movimento de freio repentino, uma vez que o planeta roda em torno de si mesmo à velocidade de 105 mil quilômetros por hora (ou trinta quilômetros por segundo), o que é surpreendente! Imagine uma freada a essa velocidade; tudo seria arremessado nesta velocidade e nada sobreviveria. Entretanto, no caso de ocorrer uma frenagem lenta, a parte que ficaria exposta ao Sol com o dia eterno teria a população sofrendo com o calor excessivo e a natureza descontrolada, sem o período de descanso da noite. Já a parte da noite eterna também sofreria, mas com a perda de calor, ficando em um frio eterno; da mesma forma que o outro lado, a natureza ficaria descontrolada por não haver a sucessão de dias e noites para se equilibrar. Ou seja, de uma forma ou de outra, a humanidade perderia muito e todos nós pereceríamos ou no dia escaldante, ou na noite gélida. Curiosamente a velocidade de rotação da Terra, por efeito das marés luni-solares, vem diminuindo ao longo dos séculos: atualmente, o dia aumenta em 2,5 milissegundos a cada século!

O que significam as diferentes cores dos anéis do símbolo dos Jogos Olímpicos?
O símbolo dos Jogos Olímpicos foi criado em 1914 pelo Barão de Coubertin, criador dos jogos contemporâneos, que começaram em 1896. De acordo com a sua concepção, os anéis representam os cinco continentes unidos sobre fundo branco, representando a paz entre as nações. O anel azul representa a Europa; o preto, a África; o amarelo, a Ásia; o verde representa a Oceania; e o vermelho, as Américas. Vale ressaltar outra curiosidade: essas cores foram escolhidas porque são aquelas que aparecem em todas as bandeiras dos países do planeta. Curiosamente, nos anos 1920 e 1930 tentaram criar um novo símbolo para as Olimpíadas, mas a tentativa não obteve sucesso.


Para os muçulmanos, todos nós somos “infiéis pecadores”?
Muitos grupos extremistas muçulmanos, que praticam atos terroristas, dizem que o Ocidente é formado por uma massa gigantesca de infiéis – principalmente nos Estados Unidos. Entretanto, é importante ressaltar que não são todos muçulmanos que são terroristas, mas sim os terroristas que usam a causa do Islamismo para atuarem em seus interesses geopolíticos contra o Estado de Israel e os Estados Unidos. Segundo a teologia islâmica, todos cristãos e judeus também são fiéis, uma vez que, junto com os muçulmanos, todos cremos no mesmo Deus único: Javé – Alá não é um “outro deus” para os islamitas, mas apenas a tradução para o árabe da palavra “Deus”. Para quem não sabe, o Islã foi fundado em 632 d.C. pelo profeta Mohammad (Maomé), misturando crenças católicas, judaicas e credos folclóricos tradicionais das arábias. Portanto, por todos crerem no mesmo Deus Único (monoteísmo), e terem a mesma ascendência, segundo o próprio Alcorão (livro sagrado islâmico), os verdadeiros praticantes do islamismo, do judaísmo e do cristianismo terão o Paraíso e serão salvos com a chegada do fim dos tempos, o Juízo Final, por concordarem que Javé é o Único Senhor de todos os tempos e eras.


Casa Sagrada de Loreto: fato ou farsa?!

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O Santuário da Santa Casa de Loreto é um lugar de peregrinação católico situado no município italiano de Loreto. É considerado o mais importante da Itália depois da Cidade do Vaticano. Foi construído perto da casa onde, segundo a tradição medieval, o Arcanjo Gabriel anunciou à Virgem Maria a maternidade divina e onde viveu a Sagrada Família de Nazaré, casa essa miraculosamente transportada por anjos.


A lenda da casa...
Por volta do século 4, quando Santa Helena (mãe do Imperador Constantino, que colocou o catolicismo como religião oficial do Império Romano) foi a Nazaré, teria mandado construir uma igreja no local onde se encontrava a casa da Sagrada Família. A tradição da época conta também que foi nessa casa que Maria foi educada e cresceu na companhia dos seus pais, Santa Ana e São Joaquim.

Por volta do século 13, os lugares santos cristãos foram ameaçados pelos sarracenos e a igreja construída por Santa Helena foi totalmente destruída. A mesma sorte estaria reservada à casa de Nazaré. Segundo a lenda, Deus fez miraculosamente transportar a Santa Casa para a Croácia, para as localidades de Trsat e Rijeka, para o Monte Rauniza, com a ajuda de anjos.

Este ideia surgiu no pontificado do Papa Nicolau 4. Na casa, foi encontrada uma estátua que representava Nossa Senhora coroada e tinha o Menino Jesus ao colo. Ainda segundo a tradição, a Santa Casa foi novamente transportada pelos anjos para Itália, onde foi encontrada por uma senhora chamada Lorette em 10 de dezembro de 1294. Foi daí que provém a história de Nossa Senhora de Loreto. As litanias loretanas foram compostas pelo Cardeal Savelli em memória deste acontecimento.


A herança da Casa...
Os habitantes da Croácia honram desde há séculos esta tradição mariana organizando peregrinações ao santuário de Loreto e consagrando igrejas a Maria, mãe de Jesus, no seu próprio país. Os papas Pio 2, Paulo 2, Sixto 4, Clemente 7, Leão 10 e Sixto 5 estão entre os primeiros pontífices a reconhecer oficialmente este prodígio. A história da Casa interessou muitas figuras cristãs durante e depois da Renascença, especialmente Erasmo de Roterdã, René de Bastarnay, Louis d’Arpajon e Battista Spagnuoli. René Descartes foi peregrino em ação de graças pelo sonho que conta em “Olympiques”, e que está na origem da sua mathesis universal. Loreto foi elevada a cidade mariana e sede de diocese e tornou-se um dos mais importantes locais de peregrinação da Europa.

Basília da Santa Casa de Loreto...
A basílica é uma estrutura do gótico tardio continuada por Giuliano da Maiano, Giuliano da Sangallo e Bramante. A espantosa fachada da igreja foi construída durante o pontificado de Sixto 5, que fortificou Loreto e lhe deu os privilégios de vila em 1586; a sua colossal estátua ergue-se no meio do lanço de escadas em frente. Sobre a portaria principal está uma estátua de bronze, à escala natural, da Virgem com o Menino de Girolamo Lombardo; as três soberbas portas de bronze foram feitas em finais do século 15, também por Lombardo, seus filhos e alunos, entre eles Tiburzio Vergelli, que também fez a caligrafia em bronze no interior. As portas e candelabros da Santa Casa são dos mesmos artistas.

O sino principal, apresentado por Leão 10 em 1516, pesa 11 toneladas. O interior da igreja tem mosaicos de Domenichino e Guido Reni, e outras obras de arte, incluindo estátuas de Raffaello da Montelupo. Nas sacristias de cada lado do transepto do lado direito há frescos, à direita de Melozzo da Forli, e à esquerda de Luca Signorelli. Em ambos há belas intarsias. A basílica como um todo é uma obra prima de colaboração que envolveu várias gerações de arquitetos e artistas.


Sobre a Santa Casa...
A maior atração do local é a Santa Casa de Loreto, o centro de peregrinação desde o século 14 e local muito popular entre os turistas, mesmo os não-católicos. É uma edifício de um só piso, de pedra, com 8,5 metros de largura por 4 metros de profundidade e 4 metros de altura; tem uma porta no lado norte e uma janela no lado ocidental, e um nicho que contém uma pequena imagem negra da Virgem Maria com o Menino Jesus, em cedro-do-líbano, ricamente adornada com joias.


Sobre a “verdadeira história” da Casa Sagrada”...
As recentes descobertas da arqueologia e da historiografia ajudaram a solucionar o famoso mistério da Casa Sagrada de Loreto. Será que a casa realmente pertenceu à Sagrada Família? Como uma casa inteira foi transportada do Oriente Médio para a Europa? Um exército de anjos a transportou pelos céus como a teoria dos deuses astronautas? Bem, os estudos de arqueólogos, antropólogos, teólogos e histioriadores ajudou a entender isso tudo.

De acordo com as pesquisas mais recentes, a casa realmente pertenceu a uma família de Israel do início da Era Cristã, pois as pedras e madeiras utilizadas nela são características do local, bem como formação arquitetônica.

Já a questão do transporte miraculoso da casa não tem tantos milagres assim. Registros históricos da Croácia, onde a casa ficou primeiro, apontam que ela foi transportada pelos Templários logo depois de algumas das Cruzadas medievais dos cristãos contra os muçulmanos na região onde hoje fica o Estado de Israel. Inclusive há registros de que a Casa Sagrada tenha mudado de lugar duas vezes na Croácia, antes de ser levada para a Itália como presente de um membro de uma família muito rica de novos comerciantes – a ascensão da burguesia e do comércio.

Com isso, a questão histórica fica mais prática do que milagrosa. A tradição fala em exército de anjos celestiais protegendo a casa, mas a história aponta outro exército, desta vez de homens de fé que acreditavam no poder místico daquela, que poderia não ser qualquer casa. Por isso ela foi parar no centro do comércio europeu da época, a potência do Mediterrâneo.

Você conhece a história dos macaquinhos que tapam os olhos, boca e ouvidos?!

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Garanto que você já viu aquelas peças que são três macaquinhos, em que um tapa os olhos, outro tapa os ouvidos e o terceiro tapa a boca. Você sabia que eles são conhecidos como “três macacos sábios”, e são parte importante do folclore japonês? Por lá são conhecidos como “Sanbiki no-saru”. Ganharam o mundo com a expansão do Cristianismo, quando os frades portugueses evangelizaram grande parte do Japão.


Toda a história começa com os macacos que ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século 15 localizado no Santuário de Toshogu, em Nikko, no Japão. Sua origem não é obscura como muitas pessoas podem supor, mas de um trocadilho de palavras japonesas; seus nomes são Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru (o macaquinho que tapa a boca), que seria traduzido como “não ouça o mal, não fale o mal, não veja o mal”. Gramaticalmente, a palavra “saru”, em japonês, significa “macaco” e tem o mesmo som da terminação verbal “zaru”, que está ligada à negação.

Abaixo, na foto, os macaquinhos originais que ficam em Nikko


O folclore japonês é muito distante e os etnólogos não conseguiram identificar ao certo onde começa a lenda e a verdade, pois o período medieval japonês é repleto de misturas de realidades com ficções. De acordo com o que é contado, a imagem dos macacos foi trazida por um monge budista chinês no século 13. Apesar disso, não há nenhuma comprovação dessa suposição. O que se tem certeza é que os macaquinhos chegaram à Europa através dos jesuítas portugueses e comerciantes holandeses que invadiram o Japão no século 16.

Os três macacos sábios deram, com o tempo, temática para um provérbio japonês que diz: “Nunca olhe demais, jamais ouça o que nunca ouviu e nunca levante falso do outro”. O interessante é que, gramaticalmente, “miru” significa “olhar” (tem origem no português “mirar”), “kiku” é “ouvir” e “iu” é o verbo “falar”, enquanto “zaru” dá conotação de negação. Portanto os nomes dos macaquinhos, Mizaru, Kikazaru e Iwazaru portam o sentido de não fazerem essas ações. O ditado popular é uma forma de lembrar que, se os homens não olhassem, não ouvissem e não falassem o mal alheio, teríamos comunidades pacíficas com paz e harmonia.


Como na Europa não há macacos, houve uma adaptação continental: as figuras foram substituídas por ursinhos e, assim, também ganharam o continente estando por todas as partes nos principais centros comerciais marítimos, como Veneza, Florença, Gênova, Roterdã, Hamburgo, Lisboa e Barcelona.

Manuscrito (ou Código) de Voynich: o que haveria por trás das misteriosas caligrafias?

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Manuscrito Voynich é um misterioso livro ilustrado com um conteúdo incompreensível. Imagina-se que tenha sido escrito há aproximadamente 600 anos por um autor desconhecido que se utilizou de um sistema de escrita não-identificado e uma linguagem ininteligível. É conhecido como “o livro que ninguém consegue ler”.

Ao longo de sua existência registrada, o Manuscrito Voynich tem sido objeto de intenso estudo por parte de muitos criptógrafos amadores e profissionais, incluindo alguns dos maiores decifradores norte-americanos e britânicos ao tempo da Segunda Guerra Mundial (todos os quais falharam em decifrar uma única palavra). Esta sucessão de falhas transformou o manuscrito num tema famoso da história da criptografia, mas também contribuiu para lhe atribuir a teoria de ser simplesmente um embuste muito bem tramado – uma sequência arbitrária de símbolos.


A teoria hoje mais aceita é de que o manuscrito tenha sido criado como arte no século 16 como uma fraude. O fraudador teria sido o mago, astrólogo e falsário inglês Edward Kelley com ajuda do filósofo John Dee para enganar Rodolfo II da Germânia (do Sacro Império Romano-Germânico). Foi datado por carbono-14 como se fosse do começo do século 15. Segundo a datação Kelley não poderia ter escrito ele, pois nasceu meio século depois. Vendo torres que se assemelham a uma cidade há uma teoria que diz que foi escrito no norte da Itália. O livro ganhou o nome do livreiro polonês Wilfrid Voynich, que o comprou em 1912. A partir de 2005, o Manuscrito Voynich passou a ser o item MS 408 na Beinecke Rare Book and Manuscript Library da Universidade de Yale. A primeira edição fac-símile foi publicada em 2005, com uma curta apresentação em francês.

Características do manuscrito...
O volume, escrito em pergaminho de vitelo, é relativamente pequeno: 16 centímetros de largura, 22 centímetros de altura e 4 centímetros de espessura. São 122 folhas, num total de 204 páginas. Estudos consideram que o original teria 272 páginas em 17 conjuntos de 16 páginas cada, outros falam em 116 folhas originais, tendo um se perdido.

Percebe-se, pelos espaços ao final direito das linhas, que o texto é escrito da esquerda para a direita, sem pontuação. Análise grafológica mostra uma boa fluência. No total são cerca de 170 mil caracteres, 20 a 30 letras se repetem, umas 12 aparecem só uma ou duas vezes. Os espaços indicam haver 35 mil palavras; os caracteres têm boa distribuição quantitativa e de posição, alguns podem se repetir (duas e três vezes), outros não, alguns só aparecem no início de palavras, outros só no fim; análises estatísticas (análise de frequência de letras) dão ideia de uma língua natural, europeia, algo como inglês ou línguas românicas.

Conforme o linguista Jacques Guy, a aparente estrutura do texto indica semelhanças com línguas da Ásia do Sul e Central, sendo talvez uma língua tonal, algo como línguas sino-tibetanas, austro-asiáticas ou tai. Conforme datação por carbono-14 feita pela Universidade do Arizona, o pergaminho data do início do século 15; conforme a análise do McCrone Research Institut, a tinta é da mesma época, embora as cores dos desenhos sejam posteriores. Nas páginas finais aparecem anotações mais recentes feitas em letras latinas nas formas de alfabetos europeus do século 15.


Composição do Manuscrito Voynich...
Acompanha o texto uma quantidade significativa de ilustrações em cores que representam uma ampla variedade de assuntos; os desenhos permitem que se perceba a natureza do manuscrito e foram usados como pontos de referência para os criptógrafos dividirem o livro em seções, conforme a natureza das ilustrações.

• Seção 1 (folhas 1 a 66): denominada botânica, contém 113 desenhos de plantas ainda desconhecidas, ou então fantasiosas;
• Seção 2 (folhas 67 a 73): denominada astronômico-astrológica, apresenta 25 diagramas que parecem se referir a estrelas e constelações. Ali podem ser identificados alguns signos do zodíaco. Neste caso ainda fica difícil haver certezas acerca do que trata realmente esta seção;
• Seção 3 (folhas 75 a 86): denominada biológica, denominação que se deve exclusivamente à presença de muitas figuras femininas, frequentemente imersas até os joelhos em estranhos vasos comunicantes contendo um fluido escuro;
• Logo após essa seção vem uma mesma folha repetida seis vezes, apresentando nove medalhões com imagens de estrelas ou figuras que podem parecer células, imagens radiais de pétalas e feixes de tubos;
• Seção 4 (folhas 87 a 102): denominada farmacológico-medicinal, por meio de imagens de ampolas e frascos de formas semelhantes às dos recipientes das farmácias antigas. Nessa seção há ainda desenhos de pequenas plantas e raízes, possivelmente ervas medicinais
• A última seção do Manuscritto Voynich tem início na folha 103 e prossegue até o fim, sem que haja nessa seção final mais nenhuma imagem, exceto estrelinhas (ou pequenas flores) ao final de alguns parágrafos. Essas marcações fazem crer que se trata de algum tipo de índice.


História da descoberta do manuscrito...
O Manuscrito Voynich deve sua denominação graças a Wilfrid Michael Voynich, um americano de ascendência polonesa, mercador de livros, que adquiriu o livro no Colégio Jesuíta de Villa Mondragone, em Frascati, em 1912, através de um padre jesuíta. Os jesuítas precisavam de fundos para restaurar a vila e venderam a Voynich 30 volumes da sua biblioteca, que era formada por volumes do Colégio Romano que tinham sido transportados ao Colégio de Mondragone junto com a biblioteca geral dos jesuítas, para evitar sua expropriação pelo novo Reino de Itália. Entre esses livros estava o misterioso manuscrito.

Com o livro, Voynich encontrou uma carta de Johannes Marcus Marci (1595-1667), reitor da Universidade de Praga e médico real de Rodolfo II da Germânia, com a qual enviava o livro a Roma, ao amigo polígrafo Athanasius Kircher para que o decifrasse. Na carta, que ostenta no cabeçalho Praga, 19 de agosto de 1665, Marci declarava ter herdado o manuscrito medieval de um amigo seu (conforme revelaram pesquisas, era um muito conhecido alquimista de nome Georg Baresch), e que seu dono anterior, o Imperador Rodolfo II do Sacro Império Romano, o adquirira por 600 ducados, cifra muito elevada, acreditando que se tratasse de algo escrito por Roger Bacon.

Voynich afirmou que o livro continha pequenas anotações em grego antigo e datou o mesmo do século 13. A definição da data do pergaminho ainda é controversa, mas é possível situar a elaboração do texto no final do século 17: uma análise por radiação infravermelha revela a presença de uma assinatura sucessivamente apagada: Jacobi a Tepenece, na época Jacobus Horcicki, morto em 1622 e principal alquimista a serviço de Rodolfo II do Sacro Império. Como “Jacobi” recebeu o título de Tepenece em 1608, isso prova não ser confiável a informação da aquisição do manuscrito antes disso.

Além disso, uma das plantas representadas em desenho na seção de Botânica é quase idêntica ao girassol, que somente passou a existir na Europa depois da conquista da América, o que leva o manuscrito a ser posterior a 1492.


Criptografia do manuscrito...
Muitos, ao longo do tempo, e principalmente em tempos mais recentes, tentaram decifrar a escrita e a língua desconhecidas do Manuscrito Voynich. O primeiro a ter afirmado que decifrara a escrita foi William Newbold, professor de Filosofia Medieval na Universidade da Pensilvânia. Em 1921 publicou um artigo no qual apresentava um proceder complexo e arbitrário pelo qual decifrara o texto. O texto como visível, segundo ele, não tinha significado, o verdadeiro conteúdo seria um subtexto micrografado, com marcas mínúsculas ocultas nos caracteres maiores. O texto real era escrito em latim, camuflado nas marcas quase invisíveis, sendo obra de Roger Bacon. A conclusão que Newbold tirou de sua tradução dizia que já no final da Idade Média seriam conhecidas noções de astrofísica e de biologia molecular.

Nos anos 40, os criptógrafos Joseph Martin Feely e Leonell Strong aplicaram ao documento um outro sistema de decifração, tentando encontrar caracteres latinos nos espaços claros, brancos. A tentativa apresentou resultados sem significado. O manuscrito foi o único a resistir às análises dos “experts” de criptografia da marinha americana, que ao fim da guerra estudaram e analisaram alguns antigos códigos cifrados para testar os novos sistemas de codificação. J.M. Feely publicou uma dedução no livro “Roger Bacon’s cipher: the right key found” no qual, mais uma vez, volta-se a atribuir a Bacon a paternidade do livro misterioso.

Em 1945, o professor William Friedman constituiu em Washington um grupo de estudiosos, o First Voynich Manuscript Study Group. A opção foi por uma abordagem mais metódica e objetiva, a qual levou à percepção a grande repetição de “palavras” em alguns trechos no texto do manuscrito. No entanto, independente da opinião formada ao longo dos anos quanto ao caráter artificial da tal linguagem, na prática, a busca terminou em impasse: de fato não serviu para transpor os caracteres em sinais convencionais, o que serviria de ponto de partida para qualquer análise posterior.


O professor Robert Brumbaugh, docente de Filosofia Medieval de Yale, e o cientista Gordon Rugg, na sequência de pesquisas linguísticas, assumiram a teoria que veria o Voynich como um simples expediente fraudulento, visando a desfrutar, na época, do sucesso que obtinham as obras de natureza esotéricas junto às cortes europeias. Em 1978, o filólogo diletante John Stojko acreditou ter reconhecido a língua, declarando que se tratava do ucraniano com as vogais removidas. A tal tradução, no entanto, apesar de apresentar alguns passos num sentido aparentemente lógico não correspondia aos desenhos. Em 1987, o físico Leo Levitov atribuiu o texto ao povo cátaro, pensando ter interpretado o texto como uma mistura de diversas línguas medievais da Europa Central. O texto, porém, não correspondia à cultura cátara e a tradução não fazia muito sentido.

O estudo mais significativo nessa matéria hoje é aquele feito em 1976 por William Ralph Bennett, que aplicou estudos de casuística e estatística de letras e palavras do texto, colocando em foco não somente a repetição, mas também a simplicidade léxica e a baixíssima entropia da informação. A linguagem contida no Voynich não somente teria um vocabulário muito limitado, mas também uma basicidade linguística encontrada somente na língua havaiana. O fato de que as mesmas “sílabas” e ainda palavras inteiras venham repetidas mostra algo que parece uma zombaria relacionada a uma visão mais complacente, inconscientemente, mas não deliberadamente enigmático.

O alfabeto utilizado, além de não ter sido ainda decifrado, é único. Foram, no entanto, reconhecidas de 19 a 28 possíveis letras, que não têm nenhuma ligação ou correspondência perceptível com os alfabetos hoje conhecidos. Em alguns pontos encontram-se quatro palavras ou mais repetidas de forma consecutiva. Suspeita-se também que foram usados dois alfabetos complementares, mas não iguais, e que o manuscrito teria sido redigido por mais de uma pessoa. É imprescindível e significativo lembrar que a total falta de erros ortográficos perceptíveis, de pontos riscados ou apagados, ou hesitações, é estranha, pois tais falhas sempre ocorreram em todos os manuscritos que já foram localizados e analisados.


Hipótese filosófica do manuscrito...
As palavras contidas no manuscrito apresentam frequentes repetições de sílabas, o que levou alguns estudiosos a levantar a hipótese de se tratar de uma “língua filosófica”, ou seja, artificial, na qual cada palavra é composta de um conjunto de letras que lembram uma divisão dos substantivos em categorias. O exemplo mais claro de língua artificial é a língua analítica de John Wilkins, também analisado no conto homônimo de Jorge Luís Borges. Nessa língua, todos os seres são catalogados em 40 categorias, subdivididas em subcategorias e a cada uma é associada uma sílaba ou uma letra: desse modo, por exemplo, a classe geral “cor” é indicada como “robo”; assim, o vermelho será “robôs” e o amarelo “robof” e assim por diante.

Essa hipótese baseava-se na repetição de sílabas, mas até hoje ninguém conseguiu dar um senso razoável aos prefixos silábicos repetidos. Além disso, as primeiras línguas artificiais começaram a aparecer em épocas posteriores da provável compilação do manuscrito. Quanto a esses pontos, não é uma restrição tão importante, pois é fácil acreditar que ideia de línguas filosóficas é simples e poderia ser mais antiga do que se pensa.

Uma hipótese contrária, muito mais arriscada e audaciosa, é de que era um objetivo do manuscrito sugerir que se tratava de uma língua artificial. O certo é que Johannes Marcus Marci tinha contatos com Juan Caramuel y Lobkowitz, cujo livro “Grammatica Audax” constituiu numa inspiração para a língua analítica de Wilkins.


Possível solução para a casa...
Recentemente foi levantada a hipótese que buscava entender o motivo da dificuldade para o texto ser decifrado. Gordon Rugg, em 2004, individualizou um método que poderia ter sido seguido pelos autores hipotéticos para produzir “ruídos casuais” em forma de sílabas e de palavras. Esse método, realizável mesmo com os recursos de 1600, explicaria essa repetição de sílabas e de palavras, a essência básica típica da escrita casual e tornaria verossímil a hipótese de o texto ser um falso trabalho renascentista criado como arte para enganar qualquer estudioso ou soberano. Antes disso, o estudioso Jorge Stolfi, da Universidade de Campinas, havia proposto a hipótese de que o texto fosse composto misturando sílabas casuais tiradas de uma tabela de caracteres. Isso explicaria a regularidade das repetições, mas não a ausência de outras estruturas de repetição, por exemplo, das outras letras ligadas aos conjuntos repetitivos.

Rugg parte da ideia de que o texto tenha sido composto com métodos combinatórios disponíveis por volta dos anos 1400 a 1600: chamou sua atenção a chamada “Grade (tabela) de Cardano”, criada por Girolamo Cardano em 1550. O método consiste em sobrepor com uma tabela de caracteres ou com um texto uma segunda grade, com apenas algumas pequenas casas (janelas) cortadas de modo a permitir ler a tabela que fica atrás. A superposição oculta a parte supérflua do texto de baixo, deixando visível a mensagem. Rugg reconduziu o método de criação com uma grade de 36 x 40 casas, à qual sobrepôs uma máscara com três furos, compondo assim os três elementos da palavra: prefixo, raiz central e sufixo. O método, muito simples na sua utilização, teria permitido ao anônimo autor do manuscrito a realização muito rápida do texto partindo de uma única grade (com casa cortada) colocada em diversas posições. Isso acabou com a teoria de que o manuscrito fosse algo falso, dado que um texto de tais proporções com características sintáticas similares será muito difícil de ser feito sem um método dessa natureza.

Rugg determinou algumas “regras básicas” do “Voynich” que poderiam reconduzir às características da tabela usada pelo autor. Como exemplo, a tabela original tinha a provavelmente as sílabas do lado direito mais longas, algo que se reflete nas maiores dimensões dos prefixos em relação às sílabas seguintes. Ele ainda tentou entender se o texto poderia se tratar de um segredo codificado no texto, mas a análise o levou a excluir tal hipótese, pois, em função da complexidade de construção das frases, é quase certo que a grade foi usada não para codificar o texto, mas para escrevê-lo. Pesquisas históricas posteriores a esse estudo levaram a atribuir a John Dee e a Edward Kelley o texto. Dee era um estudioso do Período Elisabetano e teria introduzido o notório falsário Kelley na Corte de Rodolfo II (Sacro Império Romano) por volta de 1580. Kelley era mago, além de falsificador, e assim conhecia truques matemáticos de Cardano, tendo criado o texto a fim de obter uma vultosa cifra que lhe foi dada pelo Imperador.

Você conhece a lenda dos “orang pendek”? Fato, farsa ou erro de identidade?

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Orang pendek vem do idioma indonésio, e significa literalmente “pessoa pequena”. É uma das lendas mais comuns da Malásia, Indonésia, Cingapura e Papua Nova-Guiné; seriam animais que viveriam em áreas extremamente remotas, alto de montanhas e florestas tropicais. Há pelo menos duzentos anos os orang pendek são “documentados” e “relatados” por habitantes locais e até mesmo colonizadores portugueses e holandeses. Segundo as testemunhas, ele é parecido com um ser humano: anão, bípede, coberto com uma pelagem curta e mede até 1m50.


De acordo com as documentações realizadas por biólogos e demais pesquisadores, os supostos orang pendek são vistos com maior frequência na ilha de Sumatra, na Indonésia, mas também há relatos de avistamentos em outras partes do Sudeste Asiático. Para aumentar ainda mais o mistério, os avistamentos são mais recorrentes na região de Bukit Barisan, conhecida como a floresta tropical mais remota da civilização do mundo, portanto um rincão pouco conhecido. Por conta da inacessibilidade, torna-se difícil a pesquisa.

Debbie Martyr é uma das pesquisadoras que mais tem se dedicado à pesquisa e possível comprovação científica da existência destes seres, indo até Sumatra frequentemente por mais de 20 anos, tanto que ela conseguiu traçar certos perfis físicos destes seres, mas também até mesmo a dieta destes animais humanoides. Segundo ela, os relatos apontam que há uma dieta baseada em frutas e vegetais diversos, não sendo um animal de hábitos carnívoros – portanto se enquadrando entre os primatas.

Martyr também conseguiu coletar em regiões diversas do Sudeste Asiático nomes locais para o que poderiam ser os orang pendek a fim de filtrar de maneira mais enfática a sua pesquisa e não se perder em descrições sobre macacos. Alguns dos nomes identificados são: uhang pandak, sedapa, batutut, ebu gogo, umang, orang gugu, orang letjo, atoe pandak, atoe rimbo, ijaoe, sebado, batutu e goegoeh.


Na Indonésia existe um folclore conhecido como “Suku anak dalam”, ou “crianças perdidas das florestas”. Essa lenda é de cunho tradicional da educação e fala que os orang pendek, na realidade, são crianças desobedientes dos pais e que se perderam nas florestas ou foram levadas por espíritos da mata. Depois de crescidas, estas crianças se tornariam macacos por tanto tempo longe da civilização. Segundo antropólogos, parece que esta história poderia ter se desenvolvido no período colonial holandês para afastar os filhos dos colonos das matas (perigosas e desconhecidas) e dos habitantes locais (os supostos espíritos da mata).

Enquanto isso, os vilarejos no interior da Malásia, Indonésia, Cingapura e Tailândia são cheios de pessoas com informações sobre os orang pendek. Alguns acreditam que possam ser seres humanos, outros pensam ser criaturas misteriosas e outros tantos alegam que são macacos que se parecem muito com os humanos em seus hábitos e posturas.


Os pesquisadores, de um modo geral, observaram fotos e pegadas e demais evidências e veem no que poderiam ser restos deixados pelos orang pendek como restos de qualquer outro primata da região da Sumatra e do Sudeste do continente asiático. Até agora nenhum projeto empreendido pelas grandes universidades e museus de história natural obtiveram sucesso em realmente comprovar a existência de uma nova espécie de mamíferos, mesmo pesquisadores como Martyr declarando que é preciso analisar com maior carinho e confiança a floresta mais remota do mundo.

Vale ressaltar que até o início do século 20, os famosos grandes gorilas africanos eram conhecidos somente como mitos impossíveis de “bárbaros negros” de vilarejos distantes da civilização. Entretanto, após sucessivas documentações e expedições foi possível comprovar a existência da nova espécie de primata; é nisso que Debbie Martyr acredita que poderá acontecer, enquanto um pequeno grupo chega a crer em uma tribo de hominídeos desconhecida da civilização, com baixa estatura como os pigmeus africanos.

Enquanto isso, os orang pendek continuam sendo um mito para alguns, um animal estranho para os moradores dos vilarejos e um motivo de educação e obediência para as crianças indonésias, com medo de se perderem nas florestas fechadas.

Frenologia: apontamentos sobre o uso preconceituoso da psicologia e da antropologia...

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Hoje vamos falar um pouco sobre a frenologia, uma chamada pseudociência que já teve validade para muitos psicólogos, médicos e antropólogos europeus durante a segunda metade do século 19 e primeira metade do século 20. Pode parecer loucura, mas para este estudo, o formato do crânio mostraria uma série de perfis psicológicos e psicopatologias. Isso fez com que houvesse o uso preconceituoso da psicologia e da antropologia.


1. Frenologia tem origem no grego “Frén”, “Cabeça, mente” e “Lógos”, “Estudo, pesquisa, conhecimento”. É uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, personalidade e grau de criminalidade de alguém somente pela forma da cabeça, “lendo-se ‘caroços’ e protuberâncias”;

2. A teoria foi desenvolvida pelo médico alemão Franz Joseph Gall por volta de 1800 e acabou sendo muito popular em todo século 19 e início do século 20, agora totalmente desacreditada e classificada como “perigosa e preconceituosa pseudo ciência”, apesar de ainda encontrar ferrenhos defensores – principalmente na internet;

3. A frenologia, contudo, recebeu crédito como uma protociência por contribuir com a ciência médica com as ideias de que o cérebro é o órgão da mente e áreas específicas do cérebro estão relacionadas com determinadas funções do cérebro humano;

4. Seus princípios eram que o cérebro é o órgão da mente, e essa mente tem um jogo de diferentes faculdades mentais e comportamento, cada sentido em particular tem sua representação em uma parte diferente do órgão ou cérebro. Estas áreas seriam proporcionais a cada indivíduo, dadas as propensões e importância da faculdade mental e personalidade, e o osso sobrejacente do crânio refletiria estas diferenças;

5. Curiosamente, graças aos estudos e popularidade da frenologia a psicologia entrou em cena nos consultórios da Europa e dos Estados Unidos e, anos mais tarde, um médico austríaco chamado Sigmund Freud lançaria as bases da psicanálise, igualmente controversa por lidar com conexões tão complexas, tais como a sexualidade em uma sociedade hipocritamente pudica, como a vitoriana;


6.É importante destacarmos que a frenologia, que foca a personalidade e o caráter, é diferente da craniometria, que é o estudo do tamanho do crânio, peso e forma, e fisionomia, é o estudo das características faciais;

7. No entanto, estes campos de estudo têm tentado reivindicar a suposta capacidade de predizer características ou inteligência. Este assunto também é razão de estudo e controvérsias na antropologia e etnologia, e às vezes utilizado “cientificamente” para justificar o racismo;

8. Enquanto no passado alguns princípios da frenologia foram estabelecidos, atualmente a premissa básica de uma personalidade poder ser determinada em grande parte pelo formato do crânio é considerada como extremamente falsa;

9. A tentativa de localizar os sentidos ou a personalidade dentro da cabeça remonta ao filósofo Aristóteles, da Grécia Antiga. No entanto, as primeiras tentativas científicas de medir o formato de um crânio e tentar estabelecer uma suposta relação com o caráter foram feitas por Franz Joseph Gall, que é o fundador e pai da frenologia. Franz Joseph Gall foi um dos primeiros a considerar o cérebro como o lar de todas as atividades mentais;

10. Para termos uma ideia, durante muitos séculos e milênios os gregos imaginavam que os sentimentos eram processados e criados no fígado. Enquanto no Egito Antigo, acreditava-se que os sentimentos fossem criados pelo coração, e por isso até hoje ele é representado como o órgão do amor e dos sentimentos de paixão;


11. Durante a apresentação de seu principal trabalho sobre a frenologia, Gall fez algumas declarações sobre os princípios de sua doutrina: “Que a moral e os sentidos intelectuais estejam inatos. Que seu exercício ou manifestação depende da organização. Que o cérebro é o órgão de todas as propensões, sentimentos e sentidos. Que o cérebro é composto de muitos órgãos particulares como há propensões, sentimentos e sentidos que diferem essencialmente um do outro. Que a forma da cabeça ou crânio representa a forma do cérebro, e assim reflete o desenvolvimento relativo dos órgãos do cérebro”;

12. Estas declarações podem ser consideradas como as leis básicas que a frenologia foi construída. Por observação cuidadosa e medidas experimentais extensas, Gall acreditava que tinha encontrado ligações entre os aspectos do caráter, em que chamou de faculdades, como sendo um órgão específico dentro do cérebro;

13. A frenologia chegou nos Estados Unidos e Reino Unido através de alunos de Gall, e foi extensamente usada pelos sistemas policiais e penitenciários para “entender” a mente e comportamento de criminosos e a relação com suas vítimas. Apesar dos erros que a frenologia tem, foi um passo importante para a ciência psicológica de montar perfis de criminosos (principalmente serial-killers) segundo a cena do crime e as suas vítimas;

14. No período vitoriano, a frenologia frequentemente era vista com seriedade. Muitas personalidades proeminentes tal como o Reverendo Henry Ward Beecher promoveram a frenologia ativamente como uma maneira fácil de conhecimento, introspecção psicológica e crescimento pessoal;

15. No auge do século 19, milhares de pessoas consultavam um frenologista para receberem conselhos em questões como empregados pessoais ou para procurar um marido e casamento. No entanto, a frenologia foi rejeitada pela academia de mestres; a disciplina foi excluída da Associação Britânica para a Promoção da Ciência;


16. Durante o período do Imperialismo, também conhecido como Neocolonisalismo, as potências Grã-Bretanha, Bélgica e Alemanha fizeram uso frequente da frenologia para tentarem traçar um perfil dos povos africanos e asiáticos que estavam sob seu domínio;

17. Durante a Segunda Guerra Mundial, o único país que ainda mantinha centros de estudo de frenologia era a Alemanha que, nos campos de concentração, adotava medidas para traçar perfis extremamente preconceituosos de judeus, comunistas, ciganos e homossexuais. O mais interessante é que essa frenologia já vinha com um “diagnóstico” pronto: todos eram marginais extremamente perigosos;

18. Apesar desse uso na Alemanha Nazista, a popularidade da frenologia foi declinando em todo o mundo no início do século 20, com alguns chegando a misturar essa pseudociência com astrologia e quiromancia (a arte de ler a mão);

19.É interessante pontuarmos que nos Estados Unidos e na Alemanha há um arquivo imenso da polícia embasando casos criminosos com análise frenológicas. Os suspeitos eram presos e condenados muitas vezes a partir de evidências hoje vistas como totalmente “furadas”. Nos dias de hoje, muitos críticos apontam que a frenologia pode ter colocado na sentença de morte milhares de inocentes;

20. A frenologia foi a base para comportamentos sociais visando a eugenia, ou seja, a “seleção dos melhores para purificação da raça”. A lógica de uma teoria não significa que ela seja real. Um raciocínio gerado sobre premissas falsas é um sofisma. Foi graças a esse estudo que arraigou-se ainda mais o preconceito na Europa contra os judeus, os negros nas colônias e os ciganos;

21. Não havendo prova da premissa de que a forma e as dimensões da cabeça estejam relacionadas a qualquer padrão de comportamento, os críticos da frenologia argumentam que esta é apenas uma argumentação sofismática para comportamentos racistas de certos grupos sociais.


No post de hoje observamos como o mito do cientificismo pode ser extremamente perigoso. Um estudo que se tornou popular declamando-se ciência pura ajudou a fundamentar o preconceito, com erros grotescos para análise criminal, psicológica e antropológica. A frenologia hoje é considerada somente um passatempo curioso, como os mapas astrais da astrologia; não serve mais para as polícias e estudiosos para terem um predicado comum do comportamento de povos, etnias e serial-killers, por exemplo.

Você sabe as verdades sobre a “Bíblia Satânica”, usada em alguns ocultismos? Fato ou farsa?

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Hoje vamos falar sobre um dos livros mais controversos da atualidade e bastante procurado pelos ocultistas e satanistas, mas raramente editado por editoras. É fácil encontrá-lo em PDF na internet, mas quase impossível, em português, em forma física. Trata-se da Bíblia Satânica, um livro dito sagrado, escrito pelo satanista Anton LaVey em 1969. Contém uma coleção de ensaios, observações e rituais mágicos que formam a base do satanismo de LaVey que enfatiza Satã como uma força da natureza.


Na introdução (prefácio) do livro, LaVey opina contra algumas práticas conhecidas como ocultistas: “Este livro foi escrito porque, com muitas poucas exceções. Escritor após escritor, no esforço de apresentar os princípios das ‘magias branca e negra’, tiveram sucesso em obscurecer o conjunto em questão tão prejudicialmente que o estudante de magia dá asas à estupidez, empurrando uma prancheta sobre uma Tábua de Ouija, ficando em pé dentro de um pentagrama esperando um demônio se apresentar a ele, facilmente lançando I-Ching de modo pomposo como muitos antigos pretensiosos. Em geral, fazendo papel de tolo para si aos olhos daqueles que realmente conhecem”.

De acordo com LaVey, a Bíblia Satânica revela o verdadeiro satanismo e despreza técnicas ocultistas onde o satanista se protege contra a entidade que irá invocar. Os denuncia como pretensos satanistas, mas não conhecem realmente. Afirma que um satanista verdadeiro não se esconde por detrás de um pentagrama e revela o que um satanista de fato não faz preces de invocação e não invoca uma entidade como se faz nos terreiros e ainda o denomina seu “Santo”. Esclarece que os tais são satanistas, mas sob uma capa de “magia branca” que os torna meros repetidores de dogmas do Cristianismo, sem o serem. A esses, o verdadeiro satanista escarnece, pois o a Bíblia Satânica afirma dos tais que eles temem invocar entidades infernais, apenas invocando espíritos que podem ser aprisionados, quando o verdadeiro satanista não aprisiona ou se protege da entidade que invoca, ele vive em comunhão com a mesma.

A Bíblia Satânica relata que “Lúcifer ascendeu”, mais uma vez para proclamar que: “esta é a época de Satã” e que “mostrará que a salvação do homem depende da sua própria contradição”. Afirmando que essa é uma revelação do que denomina a “Palavra da Matéria” e elucida que a vida é uma “preparação para todo e qualquer deleite eterno”.


No livro, Satã faz o que chama de “Denúncia infernal”, onde afirma que “[...] o demônio tem sido atacado pelos homens de Deus e que nunca há uma oportunidade para o príncipe das trevas responder do mesmo modo”, além de denunciar que sem seu “satânico inimigo”, as várias religiões que professam Deus entrariam em colapso. Assim sendo, LaVey acaba fazendo uma mistura de teoria literária: o maniqueísmo do Romantismo – sem o mal não existiria o bem; sem o feio não haveria o bonito; sem o escuro não haveria o claro etc.

E continua sua denúncia afirmando: “Nestes séculos, todos de maledicência que o demônio tem recebido, ele nunca revidou seus infamadores, mas agora ele sente que é hora de replicar e mostrar o seu poder”. Finaliza conclamando todos os seus seguidores a estudarem “suas leis”, compiladas por LaVey.


Dentre os dogmas apresentados na Bíblia Satânica, há alguns muito importantes, como “morte ao fraco e saúde ao forte”, e proclamação à força satânica: “[...] Escute-me que confundirei multidões extasiadas”, além de estabelecer como enfrentará Deus em um combate, afirmando que irá questionar as leis do homem e as de Deus – as Leis Mosaicas em particular: “Eu exigirei as razões da sua regra de ouro e perguntarei a origem e a finalidade dos seus dez mandamentos”.

LaVey revela que o satanismo puro vai além de rituais com pentagramas e se contrapõe a toda forma de adoração. Estabelece o Livro de Satã: “Aquele que disser que você precisa se curvar a mim é o meu inimigo mortal”. E o autor continua a insultar os cristãos e a Jesus Cristo: “Eu mergulhei o meu dedo indicador no sangue úmido do seu impotente e louco redentor, e escrevi na borda da sua coroa de espinhos: ‘O verdadeiro príncipe do mal – o rei dos escravos’”.

O livro ainda estabelece que “todas as convenções” que bloqueiam o sucesso do diabo foram “bloqueadas”, e declara que já foi vitorioso contra Jesus Cristo declarando: “Eu olhei abismado o olho vítreo do seu apavorante Jeová, e arranquei-o pela barba; eu elevei o machado das cinzas e abri um caminho na sua caveira comida de vermes”. Em seguida afirma que o crucifixo simboliza incompetência, e “questiona os dogmas morais”. Ensina como o satanista deve proceder: “Nenhum credo deve ser aceito sobre a autoridade de uma ‘divina’ natureza. Religiões devem ser colocadas em debate. Nenhum dogma moral pode ser tomado como absoluto”.

A dica para o satanista é que os dogmas foram criados pelo homem e “aquilo que o homem pode criar, o homem pode destruir”. Estabelece também uma obrigação ao satanista: “Ascender o novo homem para levá-lo ao sucesso material”. Afirmando ser seu oponente, os dogmas do Cristianismo e os dogmas morais, o que classifica como “mentiras”. Esclarece qual o combate mais difícil de vencer: “A mentira que tem sido inculcada na criança desde pequena no joelho da mãe – é mais perigosa de combater do que contra a sorrateira pestilência".


Em outra parte da Bíblia do Satanismo há alguns questionamentos feitos por LaVey: “Por que eu não deveria odiar os meus inimigos? Não somos todos nós animais predatórios por instintos? Se os homens pararem de depredar os outros, eles poderão continuar a existir? Não é a desprezível filosofia da pessoa servil que vira as costas quando chutado?”. E conclui com princípios: “Odeie seus inimigos, atinja-os dilacerando e desmembrando-os, pois autopreservação é a lei suprema. Quem mostra a outra face é um cão covarde”.

Em um outro ponto do livro de LaVey, proclama-se contra a existência de um céu de glórias radiantes e cuja a existência de um inferno onde os pecadores queimam, e adverte: “Aqui e agora é nosso dia de júbilo”. Reafirmando que não há um redentor vivo, pois segundo Satã, o homem deve dizer: “Eu sou o meu próprio redentor”.

Na finado do livro, LaVey faz um arrazoado sobre bênçãos e maldições. Onde abençoa os “fortes”, e amaldiçoa os “submissos na honradez que serão pisados sobre a representação de Satã”; abençoa os “vitoriosos”, e amaldiçoa os “pobres de espírito”; abençoados os “destruidores da falsa esperança” afirmando que “eles são os verdadeiros Messias”, e amaldiçoa os “adoradores de Deus”; abençoa os “valentes” e amaldiçoa os que acreditam existir o “bem e o mal”; abençoa os que “pensam no que é melhor para si” e amaldiçoa as "ovelhas de Deus". Segundo o livro, os amaldiçoados ficam na posição “daqueles que ensinam mentiras por verdades e verdades por mentiras”, e os abençoados são os que tem uma “mente poderosa”.


De uma maneira geral, concordamos com a teologia e a história das religiões ao afirmar que o livro escrito por LaVey é uma Bíblia “às avessas” cujo autor faz uma série de manifestos e parece viver sob um maniqueísmo à luz de algum distúrbio mental. Pode ser que algum defensor anônimo de LaVey apareça neste post comentando sua inteligência, mas em momento algum falamos que ele seria burro ou de QI baixo. Na realidade, o satanismo parece pregar tudo aquilo que o Cristianismo é a favor somente pelo fato de querer “ser do contra”.

Victor de Aveyron, a história real do menino lobo das florestas...

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Victor de Aveyron (nascido cerca de 1787, morreu em 1828) foi uma criança selvagem que foi encontrada na França em 1798, sendo adotado então pelo educador Jean-Marc Gaspard Itard. A história ganhou tons folclóricos com o tempo, com várias versões, chegando a ser confuso saber o que é realidade e o que é fantasia. Sua história virou tema de séries, filmes, telenovelas, desenhos animados etc. A grande maioria destas histórias têm como base os relatos deixados por Itard em relação a Victor de Aveyron.


No dia 09 de janeiro de 1799, uma estranha criatura surgiu dos bosques próximos ao povoado de Saint-Serin, no sul da França. Apesar de andar em posição ereta, se assemelhava mais a um animal do que a um ser humano, porém, imediatamente foi identificado como um menino de uns onze ou doze anos. Unicamente emitia estridentes e incompreensíveis grunhidos e parecia carecer do sentido de higiene pessoal, fazia suas necessidades onde e quando lhe apetecia. Foi conduzido para a polícia local e, mais tarde, para um orfanato próximo.

A princípio escapava constantemente e era difícil voltar a capturá-lo, agindo sempre como um animal. Negava-se a vestir-se e rasgava as roupas quando lhes punham. Nunca houve pais que o reclamassem. Portanto era um mistério; com isso, a polícia começou a suspeitar que o garoto fosse uma criança abandonada à própria sorte no bosque, com a intenção que morresse com fome ou devorado por feras; essa atitude era muito comum na época por causa da pobreza extrema logo após o conturbado período da Revolução Francesa.

O menino foi submetido a um minucioso exame médico no qual não se encontrou nenhuma anormalidade importante. Quando foi colocado diante de um espelho parece que viu sua imagem sem reconhecer-se a si mesmo. Em uma ocasião tratou de alcançar através do espelho uma batata que havia visto refletida nele (de fato, a batata era segurada por alguém atrás de sua cabeça). Depois de várias tentativas, e sem voltar a cabeça, colheu a batata por cima de seu ombro.


Um sacerdote que observava ao menino diariamente descreveu esse incidente da seguinte forma: “todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderiam aludir, demonstram que este menino não carece totalmente de inteligência, nem de capacidade de reflexão e raciocínio. Contudo, nos vemos obrigados a reconhecer que, em todos os aspectos que não tem a ver com as necessidades naturais ou a satisfação dos apetites, se percebe nele um comportamento puramente animal. Se possui sensações não desembocam em nenhuma ideia. Nem sequer pode comparar umas as outras. Poderia pensar-se que não existe conexão entre sua alma ou sua mente e seu corpo”.

Posteriormente, o menino foi enviado para Paris, onde se ocorreram tentativas sistemáticas de transformar-lhe “de besta em humano”. O esforço resultou só parcialmente satisfatório. Aprendeu a utilizar o banheiro, aceitou usar roupa e aprendeu a vestir-se sozinho. No entanto, não lhe interessavam nem as brincadeiras nem os jogos e nunca foi capaz de articular mais que um reduzido número de palavras. Até onde sabemos pelas detalhadas descrições de seu comportamento e suas reações, a questão não era a de que fosse retardado mental. Parece que ou não desejava dominar totalmente a fala humana ou que era incapaz de fazê-lo. Com o tempo fez escassos progressos e morreu em 1828, quando tinha por volta de quarenta anos.


Há várias histórias das chamadas “crianças selvagens” em várias partes do mundo. Essas histórias corroboram com as psicologias da educação e do desenvolvimento ao afirmarem que nós nos tornamos humanos por conta da educação e da convivência com outros humanos parecidos conosco; aí está uma questão antropológica da força da cultura sobre os indivíduos.


Considerações sobre a possível colonização terráquea de Marte...

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A colonização de Marte refere-se à proposta de instalação de assentamentos humanos permanentes naquele planeta. Tal proposta é objeto de estudo sério. Depois da Terra, Marte é o planeta mais habitável do sistema solar e tem sido considerado como um dos principais candidatos à colonização humana extensiva e permanente, não apenas por estar mais próximo ao nosso planeta, mas também pelas condições da sua superfície – que são mais semelhantes às da Terra, comparativamente a outros planetas do sistema solar –, destacando-se, por exemplo, a disponibilidade de águas superficiais, embora congeladas, em Marte.

Embora a Lua, devido à sua proximidade, tenha sido proposta como o primeiro local para a colonização humana, a gravidade lunar corresponde apenas a 16% da gravidade da Terra, enquanto a gravidade de Marte é mais substancial: corresponde a 38%. Há mais água presente em Marte do que na Lua, e Marte tem uma atmosfera tênue. Esses fatores dão a Marte maior capacidade potencial de abrigar a vida orgânica e a colonização humana.

A habitação humana permanente, em um corpo planetário que não seja a Terra, é um dos temas mais frequentes na ficção científica. Como a tecnologia tem avançado e as preocupações sobre o futuro da humanidade na Terra tem aumentado, a tese de que a colonização do espaço é uma meta alcançável, válida e ganha impulso.


Semelhanças de Marte com a Terra...
Embora o vizinho mais próximo da Terra seja Vênus considerando a distância no espaço, Marte é muito mais similar à Terra. As razões incluem:

- O dia marciano é mais parecido com o da Terra, tendo 24 horas e 39 minutos;
- Marte tem uma área de superfície similar em 28% a da Terra, somente menor no quesito porção de terra arenosa (que são de 29% da superfície da Terra);
- Marte tem uma inclinação de 25.19°, comparada com os 23.44° da Terra. Por causa disto, Marte tem estações muito parecidas como a Terra, embora elas durem o dobro por causa do ano marciano durar cerca de 1,88 vezes o ano terrestre. Um calendário foi criado para ser usado no planeta (o calendário dariano). O polo norte Marciano aponta para Cygnus, em vez da Ursa Menor como a Terra;
- Marte tem uma atmosfera. Embora muito menor, cerca de 0,7% da atmosfera terrestre, isto permite alguma proteção contra a radiação solar e a radiação cósmica e tem sido usada com sucesso como aero freio para espaçonaves.

Diferenças entre Marte e a Terra...
Porém, Marte também apresenta diferenças ao nosso planeta:

- A gravidade superficial em Marte é apenas um terço a da Terra. Não se sabe se este nível é bastante alto para causar problemas de saúde associados à perda de peso;
- Marte é mais frio que a Terra, isto significa temperaturas entre 18°C e -140°C;
- Não há nenhum lençol de água na superfície de Marte;
- Por causa de Marte estar mais longe do Sol, o nível de energia solar que alcança a superfície (a chamada constante solar) é apenas a metade da Terra ou da Lua;
- A órbita de Marte é mais excêntrica do que a Terra, exacerbando a temperatura e constantes variações solares;
- A pressão atmosférica em Marte é inferior à necessária para humanos sobreviverem, sendo necessários trajes de descompressão (controle da pressão); e as estruturas habitacionais em Marte necessitariam de câmeras de descompressão similares as das espaçonaves, capazes de suportar a pressão;
- A atmosfera marciana consiste principalmente de dióxido de carbono. Entretanto, a pressão parcial de CO2 na superfície de Marte é 52 vezes mais alta do que na Terra, possivelmente permitindo o suporte a vida em Marte;
- Marte tem dois satélites e eles são muito menores e mais próximos do planeta em relação à distância da Lua à Terra. Fobos e Deimos podem provar serem úteis como testes para a conceituação da colonização de asteroides.


Habitabilidade do “planeta vermelho”...
Na imagem acima temos o que já é a bandeira oficial de Marte, para o caso de colonização espacial do satélite. Isso ocorre porque há debates da questão de habitabilidade do planeta, se ele pode sustentar vidas complexas como a Terra.

Fisiologicamente, a atmosfera de Marte pode ser considerada vácuo. Um ser humano desprotegido perderia a consciência em cerca de 20 segundos e não sobreviveria mais do que um minuto na superfície sem um traje espacial.

As condições em Marte são mais habitáveis do que outros planetas que têm temperaturas mais altas e baixas que ele, como Mercúrio, ou a superfície superaquecida de Vênus, ou o frio criogênico do espaço sideral. Somente a uma altitude acima da malha de nuvens, Vênus é melhor em condições de habitabilidade do que Marte.

Há condições na Terra exploradas por humanos próximas às condições de Marte. As altitudes mais altas atingidas por um balão em ascensão, como um registro em maio de 1961, onde foi atingido 34.668 metros. A pressão nesta altitude é a mesma da superfície de Marte. O frio extremo no Ártico e Antártica são semelhantes à mais extrema temperatura em Marte. Também há desertos na Terra muito similares ao terreno marciano.

Processo de “terraformação” de Marte...
Marte é um fortíssimo candidato à terraformação. Em sua terraformação, o desafio será adensar a atmosfera de 0,008 atm a 1 atm, que corresponde a um aumento de efeito estufa, nivelando a temperatura diurna de -50°C a 20°C, logo após um breve aumento de escudo contra radiação solar.

Mesmo assim não podemos esquecer que a terraformação é um processo com alto risco de erro, extremamente caro, e demorado (neste caso, uma visão otimista engloba dois séculos), mas cálculos apontam que a terraformação de Marte será a mais fácil do sistema solar, por exemplo, a da Lua e de Ceres, será preciso criar a atmosfera, a de Mercúrio, engrossar a atmosfera com gases que ajudam ao máximo o resfriamento da superfície, e a de Vênus (a mais difícil), será preciso diminuir a pressão da atmosfera de 92 atm para 1 atm, isso provavelmente pode durar até um milênio numa visão realista. Mas vale lembrar que a terraformação é um passo muito posterior à colonização, tendo que sua necessidade só ocorrerá ao término do povoamento de toda a Lua e de habitações espaciais.


Possível localização das colônias marcianas...
Marte pode ser dividido em extensas regiões para discutir o local da possível colônia. Os polos norte e sul de Marte, por exemplo, atraíram grande interesse como locais para a colônia por causa da variação periódica da calota de gelo polar muito observada por telescópios da Terra.

Na “terra média” a exploração da superfície de Marte está em plena marcha. Os dois Rovers de Exploração para Marte, Spirit e Opportunity, encontraram solos bem diferentes e rochas características. Isto sugere que a aterrissagem é muito variável e a localização ideal para uma colônia será melhor determinada quando se tiver mais dados disponíveis. Como na Terra, quanto mais próximo do equador, menor é a variação climática.

Valles Marineris, o “Grand Canyon” de Marte, tem cerca de 3 mil quilômetros de comprimento e, em média, 8 quilômetros de profundidade. A pressão atmosférica no fundo deve ser 25% mais alta do que a média na superfície. O cânion se estende para o meio oeste, assim as sombras de suas encostas não devem interferir na coleta de energia solar. Canais de rios dirigem-se para o cânion, indicando que ele já foi submerso em algum momento da história geológica de Marte.

Como podem perceber quanto à localização das possíveis colônias, o interesse no planeta vermelho é tão grande que já existe toda uma geografia do local, com alguns mapas mostrando e dando nomes a territórios, vales e montanhas, conforme podem perceber no mapa abaixo.


Possíveis problemas da colonização em Marte...
Além das várias críticas contra a colonização espacial humana, há preocupações específicas a respeito da colonização de Marte:

- Alguns se preocupam com a contaminação do planeta com a vida terrestre, como aconteceu com a Terra, principalmente após as Grandes Navegações;
- A viagem média entre a Terra e Marte é de seis meses, o que é considerada extremamente longa;
- Os níveis de radiação para viagens para e de Marte são muito altos, além de significativamente aumentarem o risco de câncer, e se mulheres grávidas forem enviados haveria possibilidade de surgirem defeitos de nascimento;
- Alguns sugerem a Lua com um local mais lógico para a primeira colonização planetária, talvez a usando como uma área de passagem para futuras missiões para Marte;
- É desconhecido se a gravidade marciana pode suportar a vida humana por longo prazo (todas as experiências são ou em 1g ou na gravidade zero). Os pesquisadores de Medicina espacial teorizam sobre se há benefícios na saúde com aumento lento ou rápido da gravidade, do sem peso à gravidade total da Terra.


O que seria uma “obsessão” de espíritos? Fato ou farsa?

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Obsessão, segundo o espiritismo, seria a interferência prejudicial exercida por um espírito sobre outro, sejam eles “encarnados” (homens vivos) ou “desencarnados” (pessoas falecidas). Segundo a crença espírita, aquele que sofre a influência de seres espirituais seria, por definição, um médium.


Graus de obsessão...
No que tange aos tipos possíveis de obsessão, a doutrina espírita apresenta uma classificação em três graus de intensidade crescente, a saber:

1) A obsessão simples, que ocorre quando um espírito ou vários influenciam a mente de um médium com suas ideias, mas de maneira tal que o médium consciente percebe. A obsessão simples perturba, podendo causar constrangimento quando o médium inexperiente exprime de forma desavisada pensamentos que não são seus e somente se dá conta disso depois. No entanto, ele, médium, permanece senhor de si mesmo e reconhece quando fala ou age sob influência, sendo a ele possível, com estudo, aprender a controlar-se;

2) A fascinação é uma ação direta e constante do pensamento de um espírito sobre a mente do médium paralisando-lhe o raciocínio de tal modo que este aceita tudo que lhe é passado pelo espírito como a mais pura verdade, reproduzindo, desde informações simplórias aos mais completos disparates, como se fosse tudo fruto da mais profunda sabedoria. O espírito que se dedica à fascinação de um médium é ardiloso pois, primeiro, ele tem que ganhar a confiança irrestrita do médium para aos poucos ir dominando seu raciocínio;

3) A subjugação é uma influência tão forte sobre a mente do médium que este não mais raciocina nem age por si mesmo, agindo como marionete do espírito ou dos espíritos que o influenciam.

A obsessão simples tanto pode ser resultado da ação de espíritos voltados para o mal que querem prejudicar o médium por sentir prazer nisso, como de espíritos que identificaram no médium alguém que lhes prejudicou ou agrediu física ou moralmente em outra existência e, não tendo evoluído a ponto de perdoá-lo, dele buscam vingança. A fascinação tanto pode ser uma ação dirigida contra o médium, para fazê-lo parecer ridículo e, assim, humilhá-lo, como uma ação dirigida a um grupo ou a toda uma comunidade visando criar um movimento de oposição a outros voltados ao bem e à busca da verdade. Os casos de subjugação, finalmente, são os mais complexos, pois se trata sempre da ação de espíritos que têm profundo ódio pelo médium, tudo fazendo para lhe arruinar a existência.


Alguns teóricos da doutrina espírita e da parapsicologia apontam que a obsessão pode ocorrer em objetos inanimados, como, por exemplo, possíveis espíritos que não deixam suas casas e passam a assombrar os novos moradores, como o que aconteceu em Amytville depois do assassinato de toda a família, o que é relatado até hoje. Já em outros casos a obsessão é parte da mente sugestionada do ser humano, que passa a ver sombras, ouvir vozes que não existem; isso já se torna uma patologia que pode levar à loucura.

Da obsessão simples até a subjugação...
Analisando-se o caso de Anneliese Michel (que deu origem ao filme “O exorcismo de Emily Rose”) (foto abaixo), supõe-se que ela começou a sofrer de obsessão aos 16 anos. O fato de ela alegar desde o começo que estava sob a influência de supostos espíritos, de vê-los e querer se ver livre deles revela sob a ótica da fé, que ela estivesse, inicialmente, sob o efeito de uma obsessão simples. Infelizmente, a época, não seria possível um diagnóstico adequado e tratamento para causas psiquiátricas, de modo que a possibilidade de obsessão é mera especulação nesse caso.

No entanto, sem que tratamento algum lograsse sucesso, os crentes supunham se tratar da investida de espíritos, que aos poucos teriam conseguindo ter controle sobre sua mente e sobre seu corpo, o que caracterizaria sob o ângulo da fé espírita, um caso de subjugação, conforme se lê no artigo sobre a jovem: “Ela insultava, espancava e mordia os outros membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para longe de si. Ela também cometia atos de automutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa com frequência”.


Tratamento...
Na visão espírita, nem toda perturbação emocional tem origem espiritual, sendo sempre importante a averiguação médica das origens da mesma. Identificando-se, porém, uma ocorrência de obsessão, recomenda-se o tratamento de suas causas, ao mesmo tempo em que o tratamento médico lhe trata os efeitos.

Como o espiritismo vê, na obsessão e na subjugação, a ação de espíritos desencarnados que odeiam o médium e querem se vingar dele, aos quais chama de obsessores, ele preconiza o esclarecimento dos mesmos à luz da Lei de Causa e Efeito ao mesmo tempo em que enseja ao médium e àqueles que se preocupam com ele uma ação efetiva em busca do autoaprimoramento, baseada no estudo da doutrina espírita e na dedicação à caridade.

O tratamento da obsessão, chamado de desobsessão, é sempre feito em um centro espírita. Nele se utiliza a Lei de Causa e Efeito na tentativa de mostrar aos obsessores que aquele por quem eles nutrem ódio hoje, em função de lhes ter feito mal em existência passada, teria, em existência ainda mais remota, sido a vítima cujos agressores teriam sido eles, ocasião em que teriam plantando a semente do mal que mais tarde os viria a afligir. Quebrar o círculo vicioso do ódio entre obsessor e obsediado é tarefa que requer do esclaredor espírita, paciência, perseverança e conhecimento dos mecanismos da vida. A desobsessão espírita é baseada no amor, pois procura ver a todos, obsessores e obsidiados, como irmãos e irmãs queridos necessitando de esclarecimento.

Entretanto para a psicologia, psiquiatria e parapsicologia a história pode ser bem diferente. A obsessão seria um estado patológico na mente de pessoas previamente sugestionadas ao sobrenatural. E é isso que a parapsicologia tenta desbanalizar: explicar que somente 2% dos casos investigados teriam explicação sobrenatural – ou poderíamos dizer uma falta de explicação lógica até que a ciência tenha embasamento de pesquisa. Assim, o melhor tratamento não seria através da religião, mas sim de sessões psicanalistas e medicamentos psiquiátricos para aplacar as crises, como a negligência destes no caso de Anneliese, na Alemanha.


Obsessão e missão do médium...
Alguns teóricos do Espiritismo dizem que os grandes casos de obsessão e subjugação são traços para a missão do médium que carrega isso consigo, a fim de que a sociedade veja que existe um mundo espiritual e uma terrível batalha travada entre as forças do bem e do mal, e que esta batalha pode chegar ao mundo físico, através de possessões demoníacas ou obsessões espíritas, por exemplo. Desta maneira, em linhas gerais, tais casos seriam um alerta para que as pessoas entendessem e adentrassem na glória de Deus a fim de combaterem todo o mal da terra.


Outras considerações importantíssimas...
De acordo com o código internacional de doenças, o CID-10, a obsessão não passa de transtornos psiquiátricos, sendo os mais comuns segundo a psiquiatria: depressão, esquizofrenia, intoxicação por uma substância psicoativa, overdose, síndrome pós-traumática, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno bipolar, transtorno de múltiplas personalidades e transtornos psicóticos agudos e transitórios.

Muitos médicos explicam que é preciso tratamento halopático urgente nestes casos e não somente as crenças espirituais porque pode prejudicar a saúde do paciente, conforme aconteceu com o famoso caso de Anneliese Michel, gerando o julgamento histórico que tornou-se no filme “O exorcismo de Emily Rose”. Enfatizamos que, segundo essas definições o estado de possessão, segundo a definição médica, deve incluir aqueles de transe involuntários e não desejados, mas exclui aqueles ligados ao contexto cultural ou religioso do sujeito. Não pode, portanto, ser tomado como um reconhecimento dos fenômenos espirituais pela medicina.

Você conhece o motivo de os nazistas usarem triângulos em seus prisioneiros? E o que cada cor representava? Conheça agora!

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Os campos de concentração nazistas, durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), possuíam um sistema de figuras geométricas baseadas em triângulos para auxiliar a identificação do tipo de pessoa que a portava, e se tinha “direitos maiores” ou não em relação aos demais prisioneiros. É com respeito às cores, as inclinações e a sobreposição das figuras que se baseavam os critérios para classificação dos segregados em seus respectivos lugares (campos). Como a filósofa e jornalista Hannah Arendt disse, isso faz parte de um complexo e eficaz sistema de burocratização da morte através do aparato do Estado, que classificava e etiquetava as “mercadorias” (como os nazistas falavam de seus prisioneiros em textos oficiais).



Os triângulos coloridos...
Diante desta gigantesca estrutura da morte nos campos de concentração e para efeito de transporte de prisioneiros que cumpriam tarefas fora dos campos, em vez de números, os administradores tiveram de elaborar uma engenhosa solução gráfica de identificação, que os facilitava no monitoramento entre outros cidadãos que trabalhavam nas indústrias bélicas.

Esses prisioneiros, requeridos a serviço dentro ou fora dos campos, eram obrigados a usar triângulos coloridos nas vestes para sua rápida identificação ao longe. Eram as cores dos triângulos que facilitavam identificar tanto o campo de origem do prisioneiro como seu idioma. Como esses campos eram organizados para atender o idioma dos prisioneiros, a nacionalidade e/ou preferência política, alguns historiadores entenderam que os triângulos teriam a obrigação de responder sua etnia (no sentido de raça e religião). Desse modo, com ou sem etnia, as cores variariam muito de campo para campo e de lugar para lugar. As tonalidades mais comuns correspondiam aos campos mais populosos.

Veja como era a questão das cores no contexto dos triângulos:

- Amarelo: prisioneiros judeus com dois triângulos sobrepostos a fim de formar a Estrela de Davi, com a palavra “Jude” (judeu) escrita por cima. Os que eram considerados parcialmente judeus, somente com o pai ou a mãe da religião judaica, usavam somente a estrela amarela na roupa;
- Vermelho: dissidentes políticos, incluindo comunistas, sociaisdemocratas, liberais, anarquistas e maçons;
- Verde: criminosos comuns. Criminosos de ascendência ariana recebiam frequentemente privilégios especiais nos campos e poder sobre outros prisioneiros, como os chefes dos blocos e tinham alimentação melhor e mais folgas;
- Roxo: basicamente aplicava-se a todos os objetores de consciência por motivos religiosos, por exemplo, as Testemunhas de Jeová, que se negavam a participar dos empenhos militares da Alemanha nazista e a renegar sua fé assinando um termo declarando que serviriam a Adolf Hitler;
- Azul: imigrantes. Foram usados, por exemplo, pelos prisioneiros espanhóis que se exilaram na França a seguir à derrota na Revolução Espanhola contra Franco, e que mais tarde foram deportados para a Alemanha considerados como apátridas;
- Marrom: ciganos;
- Preto: lésbicas e mulheres “antissociais”, como alcoólatras, grevistas, feministas, deficientes e mesmo anarquistas. Os arianos casados com judeus recebiam um triângulo negro sobre um amarelo.
- Rosa: homossexuais masculinos.


A questão dos triângulos invertidos...
Os triângulos coloridos cumpriam a missão de identificar os detentos quando mandados para trabalhar em alguma fábrica ou no ir e vir às cidades; logo alguns segregados (astutamente) descobriram que invertendo o lado do triângulo o mesmo mudava de cor. Essa cor de fundo facilitava ao elemento se comunicarem com outros campos ou em alguns casos cumprir tarefas num campo menos vigiado e depois fugir. Essa solução, entretanto, foi descoberta e algum administrador elaborou outra solução sobrepondo os triângulos de algumas classes. Assim ficou:

- Dois triângulos sobrepostos amarelo, o emblema "Amarelo", um judeu;
- Triângulo vermelho invertido sobreposto em um amarelo-prisioneiro político judeu;
- Verde em cima de um triângulo invertido amarelo um judeu “criminoso habitual” (homicida, estelionatário, estuprador etc);
- Triângulo roxo invertido sobrepostas em um amarelo correspondia a uma Testemunha de Jeová de ascendência judaica;
- Triângulo invertido rosa sobreposta a um amarelo: um delinquente sexual judaico ou um homossexual judeu;
- Triângulo preto invertido sobrepostas em um amarelo, “antissocial” e “trabalho tímido” judeus;
- Triângulo preto superposto sobre um triângulo amarelo, um judeu condenado de miscigenação e rotulados como um profanador da “raça”;
- Triângulo amarelo sobreposto a um triângulo preto invertido, um ariano (mulher) condenado por miscigenação e rotulados como um profanador “raça”.


As letras sobre os triângulos...
Além do código das cores, alguns subgrupos tinham o complemento de uma letra localizada no centro do triângulo, para especificar prefixo do país de origem do prisioneiro. Isso facilitava na remoção das “mercadorias” para evitar um grupo étnico muito grande num mesmo campo a fim de evitar motins. Quanto menos se entendessem, melhor seria para o regime totalitário. Vejamos abaixo alguns exemplos:

B para belgas.
F para franceses.
I para italianos.
K para russos ou comunistas em geral.
P para poloneses.
D para alemães.
JUDEN para judeus de um modo geral.
S para espanhóis.
T para tchecos.
U para húngaros.

As barras sobre os triângulos...
Além de todo esse sistema complexo de identificações nos campos de trabalho e extermínio do nazismo, no caso de reincidência por algum crime que o prisioneiro tenha cometido e não tenha sido condenado à morte, era colocada uma barra colorida em seu triângulo ou estrela. Assim:

Um prisioneiro político teria uma barra vermelha sobre a sua estrela ou triângulo;
Um criminoso habitual teria uma barra verde;
Um trabalhador forçado estrangeiro teria uma barra azul;
A Testemunha de Jeová teria uma barra púrpura;
Infratores teria uma barra rosa;
Um antissocial teria uma barra preta;
Cigano teria uma barra marrom.



Mitos, curiosidades, fatos e farsas (33)

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Ao longo da história as sociedades passaram inúmeros mitos e curiosidades que foram – e ainda são – encarados como fatos. No entanto, não passam de folclores que escondem farsas incríveis e bastante inventivas. Vamos, então, descobrir um pouco delas? Voilà!

O Papa é algo além do papel de chefe da Igreja Católica?
Todos nós sabemos que os Papas são os chefes supremos e maiores do Catolicismo. Entretanto, como o Vaticano é um estado (país) como qualquer outro, o Papa também exerce funções fora do mundo clerical. Com isso, para quem não sabe, ele também é: presidente do Tribunal do Vaticano, presidente da Câmara Legislativa do Vaticano, chefe do poder executivo do Vaticano e de todas as dioceses da Igreja no mundo, arcebispo de Roma e sucessor direto de São Pedro como apóstolo de Cristo.

Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea, era uma abolicionista?
Todos nós sabemos que em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que, finalmente, colocava fim à escravidão no Brasil. Alguns historiadores especulam que ela teria feito isso somente porque a burguesia estava ameaçada com medo de uma revolta negra, como acontecera no Haiti em 1804. Entretanto, a verdade é outra; em toda sua história, Isabel mostrou-se liberal, política e abolicionista. Apoiou jovens políticos e artistas durante a campanha do abolicionismo contra os barões do café, chegando a refugiar fugitivos em sua residência em Petrópolis. Quando senadora (a primeira mulher da história brasileira a ocupar este cargo), atacou com veemência a manutenção da escravidão. Outros pontos polêmicos da época que Isabel defendia eram: sufrágio feminino, voto universal para todas as camadas sociais, reforma agrária e criação de política salarial.


O Brasil foi realmente a única monarquia existente nas Américas?
Sim e não. Sim porque a monarquia foi o sistema político brasileiro que proporcionou a unidade nacional do tamanho que vemos hoje, indo desde sua independência de Portugal, em 1822, até 1889. Várias décadas com dois monarcas, Pedro I e Pedro II. Por outro lado, também temos o não. O México chegou a aplicar rapidamente, por duas vezes, a monarquia. A primeira vez foi em 1823, por oito meses, sob reinado de Agustín I – Primeiro Império Mexicano; mais tarde, a França impôs a Dinastia Habsburgo, e entre 1864 e 1867 tiveram como imperador Maximiliano I, parente direto de Napoleão Bonaparte – período conhecido como Segundo Império Mexicano. Portanto, trata-se de um erro falarmos que nosso país foi o único nas Américas a adotar a monarquia. Vale, ainda, ressaltar que a Argentina também tentou, sem sucesso, implementar a monarquia naquele país para, também, garantir a unidade das Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina, Bolívia, Paraguai e partes do Uruguai e Chile).

Nosso país foi o último no mundo a libertar seus escravos?
Não; isso é um erro histórico tremendamente passado à frente como se fosse verdade. No continente americano fomos quase os últimos, em 1888. A Argentina libertou seus cativos em 1853, e os Estados Unidos, em 1865. O primeiro de todos foi o Haiti, em 1804, com a revolta dos negros, que expulsou da colônia todos os franceses e brancos. Já Cuba foi o último país do nosso continente a dar abolição aos escravos, em 1898. No mundo, a escravidão só foi totalmente abolida em 1963, quando alguns países da África foram forçados pela ONU a fazerem isso. Na Europa, até 1870 era comum encontrarmos escravos em zonas rurais, principalmente ciganos e alguns judeus. Naquele continente, o último país a dar alforria a todos os escravos (ciganos e turcos) foi o território da Romênia, em 1901.


Como fazemos para curar os terríveis soluços?
O soluço talvez seja um dos problemas mais desagradáveis a alguns mamíferos. Sim, não são somente os seres humanos de sofrem deste mal. Porcos, cães, gatos e sapos costumam ter ataques de soluço também. Como a maior parte dos ataques de soluço dura apenas alguns minutos, é grande o número de tratamentos caseiros indicados. É muito difícil avaliar a eficácia de medidas tão empíricas, mas como são inócuas, vale a pena tentá-las no início da crise. Todavia, procure o médico se as crises durarem mais de 24 horas, principalmente se interferirem com o sono – pois já há no mercado medicamentos específicos para estes soluços intermitentes, com diagnóstico de mais de 24 horas. Soluço crônico usualmente requer acompanhamento neurológico. Algumas manobras caseiras recomendadas pelos médicos são: (1) prenda a respiração por alguns segundos; (2) engula uma porção de açúcar cristal (uma colher de chá), miolo de pão ou gelo moído; (3) chupe uma fatia de limão; (4) respire repetidamente dentro de um saco de papel; (5) faça gargarejos com água; (6) puxe sua língua para provocar reações de vômito; (7) coce o céu da boca com um cotonete de algodão; (7) suspenda a úvula (campainha da garganta) com uma colher de chá – cuidado, pois isso causará ânsia de vômito; e (8) erga os joelhos até o peito e incline-se sobre eles.

Por que na Inglaterra, quando chove muito, costuma-se dizer que “os leões vão beber água”?
Na realidade, isso é uma expressão de Londres que ganhou todo o Reino Unido. A cidade fica às margens do Rio Tâmisa, que corta toda a cidade e subúrbios. A margem não era muito alta e, até o século 16, a qualquer chuva ou maré mais alta, Londres era totalmente alagada; por isso os sobrados ficaram tão populares, pois as pessoas (extremamente pobres) ficaram cansadas de perderem tudo (o pouco) que tinham. Com a reforma urbanística da cidade no século 18, o Rio Tâmisa ganhou em suas margens leões de bronze que marcam a altura máxima da água para prevenir inundações. Assim, quando a água subia muito devido à chuva, já se preveniam dizendo: “Hoje os leões vão beber água”, ou seja, provavelmente haverá alagamentos na cidade. Essa expressão é usada até os dias de hoje, sendo uma das mais antigas em uso corrente nos idiomas ocidentais.



Você conhece a história de Nandana, uma possível telepata?! Fato ou farsa?!

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Na cidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, Nandana Unikrishnan (foto abaixo), de origem indiana, nascida em 2003, autista e portadora da Síndrome de Savant (pessoas que apresentam habilidades extraordinárias, mas sérios transtornos mentais) chamou atenção dos médicos, psicólogos e pedagogos de todo o mundo quando uma reportagem sensacionalista revelou uma possível habilidade para a telepatia. Ou seja, ao que tudo indica, Nandana pode ler a mente da sua mãe.


Segundo o histórico, a extraordinária faculdade da garota começou a se manifestar em 2011. A menina começava a manifestar uma espécie de pré-ciência (conhecimento prévio) daquilo que sua mãe estava pensando ou, ainda, prestes a falar ou fazer. A princípio, os pais consideraram que as inúmeras vezes nas quais a menina antecipava palavras e gestos maternos eram mera coincidência. A mãe de Nandana, Sandhya conta: “Ela pode sentir minhas emoções e ler meus pensamentos. Ela vinha para mim e me dizia o nome da comida que eu estava pensando em preparar. Se eu e meu marido decidíamos levá-la a algum lugar ela se antecipava e reagia de acordo ou não”.

Nandana foi diagnosticada autista quando tinha dois anos de idade. Mais especificamente ela tem um Transtorno do Espectro Autista (ASD) e Síndrome de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Por outro lado, a Síndrome de Savant, encontrada em mais ou menos uma em cada 10 pessoas com autismo, é um distúrbio psíquico cujos portadores possuem uma grande habilidade intelectual aliada a um déficit de inteligência – paradoxalmente. Tais habilidades são sempre ligadas a uma memória extraordinária.

Sandhya continua a explicar: “No início era muito difícil para mim para ensiná-la o conceito dos objetos. Eu tive que lutar muito para fazê-la entender o quê é um copo. Mas, nestes dias (depois que a telepatia começou a se manifestar)  é muito fácil fazê-la aprender alguma coisa. Ela é boa em matemática. Mas às vezes eu sinto que quando ela faz o seu dever de casa rápido, é porque estou pensando naquilo”.

Nandana tem problemas de fala. Tem muita dificuldade para pronunciar as palavras com clareza. Por isso, os pais demoraram ainda mais para crer na ligação telepática entre mãe e filha. Então, em janeiro deste ano de 2013, Nandana aprendeu a usar o teclado do computador.


A mãe da menina ainda fala: “Eu a ensinei a digitar. Agora, se eu pedir que escreva o que eu estou pensando, ela incrivelmente pode fazer isso. Às vezes ocorrem erros de ortografia e ela ainda não entende bem os conceitos de pontuação. Se eu disser ‘ponto’ ou ‘espaço’ em minha mente, ela digita a palavra ‘espaço’, por exemplo, ao invés de colocar a separação entre os vocábulos”. Sandhya Unikrishnan não se encaixa no padrão comum de mãe de uma criança com necessidades especiais. Depois que percebeu que Nandana era autista, ela foi estudar e fez um curso superior de Análise Comportamental Aplicada com duração de dois anos e pós-graduou-se em Reabilitação Socialmente Integrada.

No final de fevereiro de 2013, os pais a levaram para uma Clínica de Orientação da Criança onde o caso foi analisado por uma equipe de especialistas entre os quais um psiquiatra especializado, um assistente social, um educador também dedicado às crianças portadoras de autismo e síndromes conexas e, ainda, um grupo de enfermagem. Todos testemunharam as habilidades telepáticas de Nandana. O Jornal Khaleej Times recebeu uma cópia do certificado emitido pelo Dr. Jeena Fiji no qual o médico testemunha a capacidade de Nandana de captar os pensamentos, desejos e intenções de sua mãe.

De acordo com os pais da menina, o principal objetivo é atentar o mundo aos efeitos ainda classificados como paranormais para a ciência e para a sociedade, como a telepatia, que acabou sendo cientificamente comprovada com uma taxa de 100% de acertos entre mãe e filha. Para a família da telepata, é imprescindível que a ciência abra um pouco mais “sua mente” para assuntos que ainda não seriam tão bem vistos.


Alguns psicanalistas consultados pela reportagem do jornal disseram que alguns portadores da Síndrome de Savant possuem habilidades incríveis, como memória fotográfica, memória musical, mas nenhum ao nível de telepatia. Entretanto, muitos destes profissionais especializados afirmaram que já ouviram falar em experiências extrassensoriais em portadores dessa síndrome.

Alguns testes...
Na clínica para os testes com os especialistas, um poema classificado como “Nível 2” foi entregue à mãe da menina. Esta leu o poema mentalmente e Nandana digitou o poema inteiro lendo a mente da mãe. Depois, um papel com um número de seis dígitos escritos foi entregue a Sandhya. E Nandana reproduziu o número em seu teclado. Outro número foi dado a Sandhya que, desta vez foi separada da filha, em outro aposento. E a menina reproduziu o número mesmo assim, provando que podia ler a mente de sua mãe à distância.

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