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Quimera: a besta mitológica dos contos de fadas...

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Geralmente, na linguagem popular, quando queremos falar de um sonho impossível, ou de uma situação inacreditável, falamos que se trata de uma “quimera”. Essa palavra de origem grega tem sua raiz na antiga mitologia daquela região: Quimera é uma figura mística caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais e a capacidade de lançar fogo pelas narinas, sendo, portanto, uma fera ou besta.


De acordo com folcloristas gregos, a história da Quimera tem origem na região da Anatólia, atualmente localizada na Turquia, onde a Grécia fazia comércio e tomou conhecimento da lenda no século sétimo antes de Cristo, sempre exercendo muita atração no imaginário popular grego depois dos relatos dos viajantes, que juravam terem visto estes seres bestiais.

De acordo com a versão mais difundida da lenda, a Quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna – metade mulher, metade serpente – e o gigantesco Tifão. Outras lendas a fazem filha da Hidra de Lerna e do Leão da Nemeia, que foram mortos por Hércules. Criada pelo rei da Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia bafejando fogo incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la.


Com o passar do tempo, chamou-se genericamente “Quimera” a todo monstro fantástico empregado na decoração arquitetônica greco-romana. Já na Idade Média, durante os primeiros estudos da química como ciência, conhecida então como alquimia, a Quimera passou a ser um animal artificial, criado a partir da fusão de um ser humano com vários animais – seria como a experiência do Dr. Frankenstein e seu monstro.

Figurativamente ou em linguagem popular mais ampla, como dissemos no início deste post, o termo quimera alude a qualquer composição fantástica, absurda ou monstruosa, constituída de elementos disparatados ou incongruentes, significando também utopia. A palavra “quimera”, por derivação de sentido, significa também o produto da imaginação, um sonho ou fantasia.

Aparência da Quimera...
De acordo com os contos lendários gregos, turcos e com as artes plásticas encontradas em sítios arqueológicos por arqueólogos, a aparência da Quimera varia segundo a região e segundo o conteúdo do conto passado à frente. Por exemplo, podemos destacar:

- Cabeça e corpo de leão, com duas cabeças anexas, uma de cabra e outra de serpente;
- Cabeça e corpo de leão, com duas cabeças anexas, uma de cabra e outra de dragão;
- Duas cabeças ou até mesmo uma cabeça de leão e cabra, corpo de leão e cauda de serpente;
- Cabeça de leão, corpo de cabra, rabo de serpente e solta fogo pelas narinas;
- Cabeça de leão, cabeça de cabra, cabeça de dragão, corpo de leão e cauda de serpente;
- Duas cabeças de leão, com corpo de dragão e asas de morcego.


A “morte” da Quimera...
Após o período conhecido como Alta Idade Média, quando o poder da Igreja católica foi mais forte, além da expansão da ideia do dragão como um ser fantástico, a Quimera foi perdendo espaço e sumiu dos contos de fadas da Europa. De acordo com os folcloristas especializados em mitologia greco-romana, a figura de São Jorge matando o dragão é a substituição (ou canonização) da imagem pagã de Belerofonte matando com uma lança a Quimera.

Assim, como foi muito comum na Igreja primitiva e na Idade Média, cristianizou-se uma série de elementos mitológicos considerados como pagãos pelos bispos e padres europeus. A Quimera passou a ser a representação da traição, da mentira, da morte e do mal. O herói do conto mais popular, Belerofonte, transformou-se em santo católico, São Jorge, padroeiro da Inglaterra.


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